Milagres acontecem
 
 
Mário e Rose, filhos do Sr. Juarez e D. Roseli viveram uma infância feliz e amorosa. Entre eles, nunca houve atritos, a mãe dos meninos zelava pela paz do lar e sempre os encaminhava para uma convivência sadia, em família e fora dela. Porém, quando a senhora da casa faleceu... às coisas foram tomando o rumo que a D. Roseli, em vida, zelou para que não acontecesse.
Mário casou e com o salário abaixo do desejado, não poderia assumir o aluguel de uma casa. O Sr. Juarez ofereceu ao filho a única casa que ele possuía, e que no momento, estava desocupada. Mário a aceitou e por quatro anos, viveu descansado  com a ajuda do pai.
Quatro anos, após... a sua irmã, Rose, casou e pressionou o Sr. Juarez, para que ele lhe cedesse à casa que o seu irmão morava. A desavença estava formada. O pai, constrangido, relatou ao filho o ocorrido... Para Mário, literalmente, a casa caiu! Pensou em uma solução para ambos, de forma que nenhuma das partes sofresse perda. e chegou à conclusão de que, sendo a casa bastante grande e confortável... a sua irmã poderia dividi-la, para que ambos ficassem amparados, ou construísse primeiro andar. Assim, estaria resolvido o impasse, sem perdas. Rose, não aceitou a proposta. Alegou não ter condições financeiras, para construir. Diante desse fato, o Sr. Juarez pediu ao filho que desocupasse o imóvel, entregando-o à filha.
Mário o conceito de família mudou. Saiu da casa confortável, para uma casinha de poucos cômodos, cujo aluguel... pesou-lhe de forma significativa.
Passou-se longo tempo... Rose adoeceu gravemente e um parente foi a Mário comunicar a enfermidade de sua irmã. Mário respondeu-lhe:– “Que o papai cuide dela”!
A empresa em que Mário trabalhava promoveu uma Confraternização no final do ano. Amigos, colegas e familiares se uniram em conversa animada. Entre salgados, whisky e chopps... Risos e lágrimas participaram da festa. O jovem senhor não conseguira se refazer da mágoa, que trazia de seu pai e da sua irmã...
Um dos sócios da empresa em conversa animada, com o grupo percebeu que Mário, sempre quieto, após repetidos chopps... estava animado e desenvolto. O assunto era família e ele abriu o coração e contou de sua desdita... Terminada a confraternização o senhor Francis, o sócio da empresa, ofereceu-lhe carona... Ele aceitou!
A caminho da casa de Mário o homem o convidou a segui-lo, em rápida visita a conhecidos. Chegaram ao endereço e o senhor Francis abriu o portão da casa... À porta e entraram... Mário, sem entender observou que a casa estava desocupada. Uma boa casa! Com bonito jardim, oitões livres e quintal aconchegante...Além de terraço, três quartos... Um sonho de casa!
O senhor Francis o olhou, demoradamente e perguntou-lhe: – O que você acha dessa casa, Mário?
– Linda! Mas... e o pessoal?
– Que pessoal rapaz? Essa casa é minha e se você tiver R$20,000 eu a venderei para você. 
– Como assim, de que forma? Só o terreno... Vale muito mais que isso! É brincadeira, certo?
– Não, Mário! Não é! Aqui está o meu número... Arrume o dinheiro e a casa será sua.
Mário ficou em choque... De que forma arrumaria essa quantia, tão pequena, diante da casa, porém... Impossível, para ele. Tentou um empréstimo, em vão... Portas fechadas.
Não teve coragem de ligar para o Sr. Francis...
Surpreendeu-se, quando um belo automóvel parou à porta de sua casa, “alugada,” o patrão desceu do carro sorrindo e disse:– Esperei o seu telefonema... E, então? Desistiu da casa?
– Senhor... Por mais que eu tenha buscado conseguir essa quantia... Não foi possível. Mas, entre... entre senhor!
Francis entrou e com olhos de amor observou os pequenos cômodos da casinha... Suspirou e falou: – Mário... Houve um período em minha vida, em que eu não tinha onde morar... Tampouco, pagar aluguel. Você tem mais que eu...Naquele tempo, tão difícil... Certo dia, um homem rico... rico mesmo! Entregou-me as chaves de uma boa casa. Passou a documentação para o meu nome e me tirou do indesejado. Hoje, repito a ação daquele bom homem... Aqui estão as chaves e a documentação da casa, para a legalizarmos em cartório, como doação.
Mário não sabia o que fazer, falar... Só chorou. Perguntou ao Sr. Francis: – Como poderei lhe pagar?
Respondeu-lhe: – Quando você estiver em boa condição financeira... repita o meu gesto!



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EstherRogessi
Enviado por EstherRogessi em 24/05/2018
Reeditado em 24/05/2018
Código do texto: T6344970
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