A Fúria Cor de Rosa

Num sábado quente, dona Regina parou em frente ao semáforo vermelho, quando um vendedor de frutas a abordou fazendo o seu comercial, sobre o abacaxi.

- Bom dia madame!

Ela educadamente replicou o gesto do bom homem. Que em seguida falou:

- Como está quente hoje, eu indico o melhor abacaxi de Belém. Suculento para tempos quentes e deliciosos como a poupa de um cupuaçu.

Mesmo sem querer, Regina se sentiu seduzida conjuntamente com os seus filhos. Viu no fruto vistoso, que o homem segurava em mãos e respondeu aos apelos mercadológicos:

- Moço você me convenceu. Quanto custa?

E o vendedor informou:

- Madame são dois por cinco e a unidade é três.

E ela tornou a perguntar:

- esse abacaxi é do bom mesmo? Você não vai me enganar!

- Madame esse é o melhor a senhora pode levar com toda a certeza.

- Olha filho, se você me enganar?!...Eu moro longe, mas venho aqui e você vai se arrepender.

- Não madame pode levar. Né amigo!... Se referindo ao outro vendedor, que estava a vender cds e dvds, que sem qualquer constrangimentos concordou rindo.

Então no meio da conversa o semáforo abriu e ela para não empatar os outros carros encostou e levou quatro abacaxis.

Ao chegar em casa, ainda seduzida pelos belos abacaxis. Fez o seu comercial aos irmãos e ao marido, que cansado do trabalho, gostava bastante do fruto. E quando esta abriu o primeiro notou que ele estava estragado por dentro. Constrangida abriu o segundo, que também estava estragado por dentro. Enfurecida começou a se descontrolar e a falar:

- Esse cara vai se arrepender de ter me vendido frutas estragadas. E abrindo o terceiro ficou louca. Pegou um saco e colocou os abacaxis dentro; mal arrumada e descalça correu para o carro. Preocupados seu marido quis impedir, mas só conseguiu, que um dos irmãos a acompanhasse.

Ela saiu fazendo a ré desordenada. Ao imprimir a velocidade soltou o pé, a cantar pneus, que os vizinhos da vila ficaram assombrados.

No caminho parecendo sega falava, falava e o seu irmão nem se atrevia a se intrometer.

Ao chegarem no local, ela parou no meio da rua o carro e desceu com o seu irmão tentando controla-la. Com uma faca em punho ela gritava:

- Seus moleques eu não falei, que vocês não brincassem comigo. Pois remédio de doido é doido e meio. E eu quero o meu dinheiro de volta.

E atirou no chão as frutas cortadas e podres. Os motoristas dos outros carros e a turma que estava no ônibus faziam a torcida e em coro gritavam:

- Dá nele mãe deles!... Isso mesmo. Vocês não tem vergonha!

Os rapazes assustados até mudaram de cor e um guarda de trânsito que naquele momento estava por lá, não sabia se continuava a rir ou se acudia. Mas preferiu mesmo esperar tudo esfriar.

Pilão seu irmão segurava a sua irmã e ela não parava de xingar os pobres vendedores. Que de tão nervosos deram até dinheiro a mais. E ela veio embora ainda reclamando porque não levava nenhuma fruta.