O inverno chegara e a cigarra não conseguia achar comida em lugar nenhum. As árvores estavam todas peladas, o frio era glacial, não sobrara nenhum lugar para se abrigar.
Á beira da exaustão e da inanição ela chegou á porta de um formigueiro. Olhou para dentro e viu várias formigas descansando e se esquentando junto á uma convidativa lareira. O ambiente era quente e confortável. Música suave tocando. Comida aos montes por todos os lados. Cheia de esperança a cigarra bate palmas.
― Por favor, comadres formigas, deixem-me entrar. Está muito frio aqui fora e eu estou quase morta de fome ―, diz a cigarra.
Logo aparece à porta do formigueiro uma formigona vermelha, bunduda e com cara de brava. Era a líder daquela colônia.
― O que você quer?― perguntou a formigona, com cara de poucos amigos.
―Abrigo e comida ― respondeu a cigarra.
― O que você aprendeu a fazer na vida? ― quis saber a formiga.
― Sei cantar e dançar ― respondeu a cigarra.
― Essas habilidades não têm utilidade aqui ― respondeu, com sarcasmo, a formiga. ― Nós, as formigas, só fazemos coisas úteis.
Por isso, aqui só tem lugar para quem trabalha.
― O que devo fazer então? ― choramingou a cigarra.
― O que andou fazendo o verão inteiro?― perguntou a formiga.
― Cantei, cantei, cantei ―, disse a cigarra.
― Pois então agora dance, dance, dance ―, respondeu a formiga líder, com um sorriso sarcástico, que foi acompanhado por todo o formigueiro.
A cigarra foi embora cabisbaixa, e segundo algumas informações teria morrido de frio e fome. Mas essa não é a verdade. O que aconteceu foi que ela aceitou o conselho da formiga e conseguiu chegar até a cidade mais próxima. Arrumou emprego em um cabaré como cantora e dançarina. Aprendeu a dança do poste e tornou-se uma famosa bailarina. Mudou seu nome para Anita e fez fama como funkeira. Ganhou montes de dinheiro.
Quando chegou o verão, ela foi passar férias no campo. Estava saudável, feliz e tinha arrumado até um namorado. Era dia de muito calor e ela resolveu fazer um piquenique. Comprou tudo do bom e melhor, encheu uma cesta e escolheu o lugar mais bucólico e bonito que encontrou no campo. Comeu, namorou, cantou, dançou, divertiu-se até a saciedade.
Cansada e de bem com a vida, resolveu tirar uma soneca. Quando estava quase pegando no sono, ela viu algumas formigas escorregando sorrateiramente para dentro de sua cesta para recolher as sobras de comida que ela trouxera para o piquenique.
Percebendo que a cigarra as surpreendera com a boca na botija, as formigas se prepararam para fugir. Mas a cigarra, com o ar mais cândido do mundo, lhes disse:
―Não precisam fugir, minhas queridas amigas formigas. Podem levar as minhas sobras. Esse é o trabalho de vocês e é o que sabem fazer muito bem. Continuem fazendo o que sabem fazer e procurem melhorar cada dia mais. Quanto a mim, se eu estou hoje nessa situação tão confortável é por causa do conselho que vocês me deram. Vocês me mandaram cantar e eu cntei. Me mandaram dançar e eu dancei. Descobri no que eu era boa e aperfeiçoei a minha habilidade. Agora eu sei que toda habilidade é útil quando aplicada no lugar certo e na hora certa.
Moral da história: Toda habilidade é útil e necessária para o mundo. Se não fosse a natureza não a teria desenvolvido. Há hora de cantar e hora de trabalhar. Quem só procura fazer uma coisa só verá que sempre haverá um lugar vazio na sua vida. Trabalhe quando for hora de trabalhar, cante quando for hora de cantar. Se as duas coisas não fossem úteis a natureza não as teria feito.
Outro aviso: Nunca despreze os conselhos que as pessoas lhe dão, mesmo que sejam dados com a intenção de humilhar. Às vezes, a crítica e o castigo é justamente o que nós precisamos para descobrir a nossa própria força. E nunca esqueça que criticas e elogios nada mais são que informações.
Á beira da exaustão e da inanição ela chegou á porta de um formigueiro. Olhou para dentro e viu várias formigas descansando e se esquentando junto á uma convidativa lareira. O ambiente era quente e confortável. Música suave tocando. Comida aos montes por todos os lados. Cheia de esperança a cigarra bate palmas.
― Por favor, comadres formigas, deixem-me entrar. Está muito frio aqui fora e eu estou quase morta de fome ―, diz a cigarra.
Logo aparece à porta do formigueiro uma formigona vermelha, bunduda e com cara de brava. Era a líder daquela colônia.
― O que você quer?― perguntou a formigona, com cara de poucos amigos.
―Abrigo e comida ― respondeu a cigarra.
― O que você aprendeu a fazer na vida? ― quis saber a formiga.
― Sei cantar e dançar ― respondeu a cigarra.
― Essas habilidades não têm utilidade aqui ― respondeu, com sarcasmo, a formiga. ― Nós, as formigas, só fazemos coisas úteis.
Por isso, aqui só tem lugar para quem trabalha.
― O que devo fazer então? ― choramingou a cigarra.
― O que andou fazendo o verão inteiro?― perguntou a formiga.
― Cantei, cantei, cantei ―, disse a cigarra.
― Pois então agora dance, dance, dance ―, respondeu a formiga líder, com um sorriso sarcástico, que foi acompanhado por todo o formigueiro.
A cigarra foi embora cabisbaixa, e segundo algumas informações teria morrido de frio e fome. Mas essa não é a verdade. O que aconteceu foi que ela aceitou o conselho da formiga e conseguiu chegar até a cidade mais próxima. Arrumou emprego em um cabaré como cantora e dançarina. Aprendeu a dança do poste e tornou-se uma famosa bailarina. Mudou seu nome para Anita e fez fama como funkeira. Ganhou montes de dinheiro.
Quando chegou o verão, ela foi passar férias no campo. Estava saudável, feliz e tinha arrumado até um namorado. Era dia de muito calor e ela resolveu fazer um piquenique. Comprou tudo do bom e melhor, encheu uma cesta e escolheu o lugar mais bucólico e bonito que encontrou no campo. Comeu, namorou, cantou, dançou, divertiu-se até a saciedade.
Cansada e de bem com a vida, resolveu tirar uma soneca. Quando estava quase pegando no sono, ela viu algumas formigas escorregando sorrateiramente para dentro de sua cesta para recolher as sobras de comida que ela trouxera para o piquenique.
Percebendo que a cigarra as surpreendera com a boca na botija, as formigas se prepararam para fugir. Mas a cigarra, com o ar mais cândido do mundo, lhes disse:
―Não precisam fugir, minhas queridas amigas formigas. Podem levar as minhas sobras. Esse é o trabalho de vocês e é o que sabem fazer muito bem. Continuem fazendo o que sabem fazer e procurem melhorar cada dia mais. Quanto a mim, se eu estou hoje nessa situação tão confortável é por causa do conselho que vocês me deram. Vocês me mandaram cantar e eu cntei. Me mandaram dançar e eu dancei. Descobri no que eu era boa e aperfeiçoei a minha habilidade. Agora eu sei que toda habilidade é útil quando aplicada no lugar certo e na hora certa.
Moral da história: Toda habilidade é útil e necessária para o mundo. Se não fosse a natureza não a teria desenvolvido. Há hora de cantar e hora de trabalhar. Quem só procura fazer uma coisa só verá que sempre haverá um lugar vazio na sua vida. Trabalhe quando for hora de trabalhar, cante quando for hora de cantar. Se as duas coisas não fossem úteis a natureza não as teria feito.
Outro aviso: Nunca despreze os conselhos que as pessoas lhe dão, mesmo que sejam dados com a intenção de humilhar. Às vezes, a crítica e o castigo é justamente o que nós precisamos para descobrir a nossa própria força. E nunca esqueça que criticas e elogios nada mais são que informações.