A viagem
Estava eu dentro de um ônibus de viagem indo, feliz da vida, para a nossa grandiosa Bahia. Até que de repente a minha barriga torceu em uma cólica tão monstruosa que eu pensei que perderia a minha moral ali mesmo, naquele assento estofado. Com o reflexo de ninja passei o cadeado na saída. E como minhas conexões são Tigre, consegui resistir às pressões, forçando cada músculo do meu corpo para um determinado fim. O lado ruim foi que comecei a suar e a tremer de nervoso. Sem contar os calafrios que só quem passa por uma cena assim consegue entender.
— Moço, o senhor está bem?
Em tempos bons, se me perguntassem, valendo um milhão de reais, quem estava do meu lado no ônibus, com toda a certeza eu saberia responder e levaria a bolada. No entanto, outro ponto interessante sobre a dor de barriga, e que quem passou por isso há de concordar comigo, é o fato de simplesmente nos desligarmos do mundo nessa hora. Não é nada espiritual, é apenas um descanso de tela. As luzes se apagam, os olhos se esbugalham e nossa aparência fica mais ou menos como a de alguém com sério problemas psicológicos. Mas a gente continua percebendo tudo; às vezes.
Eu já estava nesse estágio e quando a voz me perguntou se eu estava bem, uma vozinha muito ao longe, por sinal, eu não consegui responder. E não sei dizer se foi uma voz de mulher, homem, velho, morto, vivo ou um álien. E foi aí que o fuzuê começou.
— Motorista! Gente, tem algum médico aqui? Motorista, o moço aqui vai morrer. Pelo amor de Nossa Senhora, ajudem…
Os passageiros então começaram a gritar ouriçados. O caos se estabeleceu, as pessoas se afastaram de mim como se eu fosse um homem bomba. Não que eu não fosse, serei honesto. Minha situação nessa hora já estava mais crítica do que não sei o quê. Havia uma veia extremamente saltada no meu pescoço que refletia muito o que eu estava passando. Inerte eu estava, controlando o finalzinho da minha espinha dorsal.
Mas tudo podia piorar. E piorou porque na hora em que o povo começou a gritar, o motorista se desestabilizou emocionalmente, também começou a gritar e chumbou o pé no freio; o pedal chegou a afundar o assoalho. Com isso, eu, inerte, feito em estátua, vulnerável e sozinho, sentei a cara no banco da frente e me estatelei no chão. Só não morri porque acho que Deus tem um propósito para a minha vida.
Quando o ônibus parou, o motorista ficou tão abalado que se desmontou sobre o volante. Eu, de verdade, sinto muitíssimo. O motorista já era um senhorzinho de cabeça branca e não deveria ter passado por algo assim. Mas, pelo amor de Deus, não foi culpa minha. Aqui fica minhas condolências e meus pêsames; o motorista morreu.
O motorista morreu e alguns passageiros já o estavam copiando. A situação estava tão de cabeça pra baixo dentro do ônibus que não havia mais nada para acontecer de estranho. Exceto pela aparição do meu anjo da guarda.
— Ei, gente, eu sou médico. Aqui, gente, me ajudem a chegar até o doente, por favor.
Os gritos de desespero então cessaram e o ônibus ficou em silêncio fúnebre. A minha pobre e aflita alma sorriu como nunca antes havia sorrido.
Entretanto, quando a voz se levantou e eu vi seu dono por entre os pés dos assentos, porque eu ainda estava no chão, se recorda, meu sorriso foi destruído por um choque que destrói sorrisos. Meu anjo da guarda era um velho como o motorista, mas muito mais velho, porque tinha bengala e tudo. Eu desisti nessa hora. E peço que não me leve a mal por isso. Eu não tenho nada contra velhos, e até gosto de um Deus que sempre existiu, ou seja, tem idade para dar com pau.
A questão não é ser velho. A questão é que eu estava terrivelmente descontrolado, estava sem paciência, meus músculos já doíam para um… e eu não concordava com um médico velho que usava bengala e trazia na cara um óculos escuro como o do Stevie Wonder…
Stevie Wonder...
Sabe aquele momento em que a ficha cai e ficamos desconcertados? Acho que você me entendeu. Quando eu percebi que o meu anjo da guarda era cego e vinha na minha direção tateando o chão com a ponta da sua bengala, eu chorei. Não aquele choro de desespero. Foi mais para um choro de nervosismo, com uma única lágrima escorrendo no canto do olho. Ah, e não foi preconceito. Aliás, serei honesto, eu fiquei um pouco preocupado com o que ele poderia fazer. Mas não direi mais nada para eu não sair comprometido.
O senhorzinho médico foi então se achegando e por pouco não acerta meu nariz com a sua bengala. Foi tanta perícia da sua parte que eu duvidei da cena. Pensei que, talvez, alguém o tivesse avisado que eu estava no chão ou, quem sabe, como cegos geralmente tem ouvidos melhorados, pudesse ter me escutado me desmoronando no chão com a freada do ônibus.
Em todo caso, o que vale é que não me acertou e quando se aproximou consideravelmente, pousou sua bengala sobre o meu banco vazio, agachou-se e começou a me tatear. Pegou daqui, pegou ali, pegou lá...conferiu meu pulso.
— O que o senhor está sentindo, moço? — perguntou o velhinho.
Calado eu estava, calado fiquei. A sensação que eu tinha era a de que se eu soltasse qualquer palavra, a menorzinha que fosse, a desgraça estaria feita. Bem, eu não sou homem de posses e nem famoso, mas eu tinha minhas calças para honrar. Com a boca trancada e engolindo seco sem parar, meu suor frio encharcava minha roupa.
— Se o senhor não falar nada vai ser difícil, moço. O que tá sentindo? Tá todo suado, coração disparado...o senhor tem algum problema de saúde?
Calado eu estava, calado fiquei. Mas por dentro, de repente, além das cólicas como um tufão, um desespero começou a apontar na curva do meu cérebro meio vivo, meio morto. Analise comigo. Eu não podia falar, meu médico era cego e não me compreendia, ninguém se aproximava para ajudar o médico, o motorista não aparecia e o ônibus, parado em algum lugar. Tinha alguma chance de eu soltar o que eu estava prendendo sem estragar o ônibus e o meu pequeno nome? É claro que não. Eu havia me tornado refém de mim mesmo.
— Olha, acho melhor a gente sentar esse moço no banco — disse o velhinho, levantando-se e dirigindo-se ao povo aglomerado no fundo do ônibus.
— Mas e se for alguma coisa grave? Eu que não pego nele — disse um medroso.
— Eu também não, pode ser contagioso — completou um outro.
E com essa hipótese o povo começou a se coçar e olhar entre si procurando algo de errado. Burburinho daqui, burburinho dali. Antes que o caos pudesse se restabelecer, no entanto, uma alma bendita se levantou e acalmou todo mundo.
No entanto, ainda assim meu desespero aumentava gradativamente. Cada segundo que passava era um ponto a mais de desespero. Eu tinha que arrumar uma forma de avisar o meu problema antes de acontecer o pior, pelo menos. Antes de o povo se desesperar de vez e saírem do ônibus ou ligarem para autoridades que nada poderiam fazer com meu caso tão simples e natural.
Foi aí que me veio uma ideia. Mas, antes, faço uma pergunta: como você, não podendo falar, avisaria a um cego que o seu caso era uma terrível dor de barriga? Uma dica, o cego não tem o sentido da visão, mas tem o sentido...Sim, minha ideia era insana, perigosa e cruel. Mas, dando certo, daria certo.
O que eu teria que fazer era dar uma amostra do que estava por vir. Para isso minha precisão deveria ser como a de um neurocirurgião. Qualquer descuido e o caminho que passaria boi, passaria boiada, se é que me entende.
Então me preparei. E quando tudo já pronto, coragem afiada, tremedeira controlada, momento propício, toda minha dedicação entregue ao meu precioso…aliviei-me um por cento entre os burburinhos do povo, que, naturalmente, cessaram e deram mais atenção para mim. Eu fiquei corado de vergonha, confesso. Veja, eu sou meio que um ogro, mas assim como todo homem, sou um ogro doméstico. Não saio demonstrando minhas fisiologias a torto e a direito. Se eu fiz o que fiz naquele momento, foi por extrema necessidade. E se fiquei com vergonha, foi por simples consequência.
O importante foi que funcionou. E quando o médico ouviu o ronquinho da cuíca e sentiu a fragrância de uma desgraça iminente, diagnosticou-me imediatamente com o que eu nem sabia que tinha, a chamada Catatonia Causada Pelo Medo de Sujar as Calças Depois de Perceber a Diarréia Repentina, ou, mais comumente chamada de CCPMSCDPDR.
— Diarréia, doutor? — questionou um homem.
— Olha ele direito, doutor, não sei não hein… — questionou outro.
Nessa hora o médico ficou meio agitado e começou a balançar os braços dizendo que sabia o que falava. A imposição foi o bastante para o povo se acalmar e também para cessar as risadas que começavam a crescer.
— O que podemos fazer então, doutor? — o mesmo curioso de antes tomou a fala.
O médico pegou sua bengala do banco e se apoiou sobre ela.
— Olha, só tem uma coisa que pode ser feita: alguém tem que o colocar sobre um sanitário. Só assim o cérebro vai entender que está na hora e o paciente conseguirá se libertar. Essa catatonia só passa assim.
Como ele mesmo havia dito, o médico sabia o que falava. E eu, ouvindo tudo, meio confuso, evidente, estava concordando em pensamento.
O problema foi que o povo começou a negar a tal ajuda. Uns disseram que tinham que chegar logo em Salvador, outros que não eram obrigados a sentir cheiro ruim de ninguém, nem se sujarem com a mer… dos outros.
O médico então ficou nervoso. E o diálogo seguinte deveria começar com um palavrão, mas como esse conto é político, pularei a parte.
— Ninguém vai ajudar? E se fossem vocês nessa situação? Não gostariam de ajuda? Pelo amor de Deus, gente, eu não consigo ajudar esse homem. Só precisamos de duas pessoas, cada um segura de um lado e leva ele pro banheiro do ônibus. Simples.
O discurso foi cheio de ira e agitação, mas no fim acabou por convencer dois voluntário, homens, um mais fortão e outro mais franzino. Apresentaram-se ao doutor e perguntaram qual era o procedimento. O doutor explicou mais ou menos, como pôde, valendo-se de gestos rasos e literalmente às escuras, porque era cego. Mas foi o suficiente para os dois sujeitos entenderem e entrarem no papel de enfermeiros auxiliares.
Sem muita demora, então, o fortão passou meu braço esquerdo pelo seu ombro e com uma mão firmou-o bem, enquanto com a outra segurava minha coxa, deixando-me na posição de sentado no ar. Para equilibrar a cena e a posição, o magrinho segurou da mesma forma meu lado direito. Eu estava, agora, à mercê de dois homens.
E como eu estava à mercê, quando cheguei na porta do banheiro do ônibus, sendo carregado com extrema dificuldade, porque o corredor era terrivelmente estreito, surgiu, para a minha derrota, uma maldita questão. E eu não pude fazer absolutamente nada.
— Eita, temos que tirar a roupa dele… — disse o homem magrelo com a cara de repulsa e espanto.
E essa foi a maldita questão. Meus olhos se estufaram como peito de pombo e meu suor dobrou de quantidade. Se não bastasse eu estar naquela situação, dentro de um ônibus de viagem, catatônico, segurando-me para não cagar na roupa, agora eu ficaria pelado na frente de dois homens. Eu preferiria estar desmaiado, assim eu não veria e nem me lembraria de nada. Mas, não, eu estava acordado e eu certamente não conseguiria esquecer tamanha humilhação.
— Espera, como vamos fazer isso? — Disse o fortão. — A gente senta ele na privada e depois dá um jeito ou fazemos agora, enquanto seguramos?
O médico, que acompanhava os dois homens e ouvia a conversa, ousou dizer que era melhor abaixar as minhas calças naquele exato momento, porque se esperassem...bem, resumindo, sentar-me na privada deveria ser a última tarefa, criteriosamente.
— Mas quem vai fazer esse trabalho? A gente tá aqui segurando e não tem como…
A essa altura o povo já havia descido do ônibus e esperava na sombra que ele projetava no acostamento da br. No entanto, uma senhorinha havia permanecido, sentadinha no seu banco, e disse que não se importava com os contratempos daquela viagem. Foi essa senhorinha que ofereceu ajuda para abaixar as minhas calças. A minha vontade era de me auto-induzir ao coma e só acordar já em Salvador, junto a minha família.
A pobre senhora se aproximou, ficou na minha frente, entre as minhas pernas abertas que os dois homens seguravam no ar, e com um certo trabalho, pelos dedos grossos e duros, abaixou até à metade das minhas coxas minhas calças e cueca. Eu percebi que os dois homens levantaram suas cabeças para não se atreverem a olhar, mas não teve como, olharam mesmo, e eu não sei o que pensaram de mim e nem do meu pequeno ser vivo.
O que sei é que quando tentaram entrar comigo no banheiro, a caixa de sapato, minúscula, não comportou nós três. E os homens até rodaram comigo para a esquerda e para a direita, trocaram de posição, de braços, fizeram isso e aquilo, mas nada resolveu. O banheiro foi projetado para caber uma pessoa apenas, e, preconceituosamente, uma pessoa magra.
— Agora o que vamos fazer? O homem já tá ficando pesado... — questionou e reclamou o magrinho.
— Arrumem um balde, ora, ou uma sacola… — sugeriu a senhorinha que viu meu documento.
Mas o médico gritou que não resolveria nenhuma dessas coisas, sacola ou balde. E reforçou que a minha catatonia só seria quebrada quando meu cérebro percebesse que eu estava em um banheiro e já sentado em uma privada. No fim, disse ainda que meu caso poderia evoluir para algo mais grave se eu não evacuasse depressa ou se as cãibras começassem a dar as caras.
E foi nesse exato momento que eu pensei que o médico havia lançado uma praga em mim, porque logo quando terminou de falar sobre cãibras, a minha boca, de repente, ficou torta para o lado direito, meus dedos se contraíram e se torceram como raízes de plantas e minha perna deu uma fisgada tão forte que o magrinho se assustou e quase me deixou cair.
— Doutor, acho que as cãibras chegaram… — disse o magrinho com olhar arregalado.
O doutor lançou um palavrão e acrescentou que o ônibus deveria partir o quanto antes. Então gritou pelo motorista alguns pares de vezes e quando este não respondeu aos chamados, ele desconfiou. Desconfiou e então passou a gritar mais alto. Também gritou para o povo que estava fora do ônibus. Algumas pessoas entraram e então deram de cara com o motorista caído sobre o volante. Só nessa hora descobriram a tragédia.
— Gente, o motorista morreu! Gente…
Inevitável foi o desespero outra vez. Os gritos dentro e fora do ônibus, as crianças chorando, uma mulher grávida ficando nervosa e trêmula, um casal novinho dando crise. O povo só conheceu a calma quando, novamente, o mesmo homem de antes, valeu-se do seu dom e passou tranquilidade. E eu, apesar de estar em uma posição extremamente desconfortável e esdrúxula, achei incrível a habilidade dele. Incrível mesmo. Ou ele era psicanalista, psicólogo, psicopata ou, sei lá, piscineiro. Alguma coisa nesse sentido ele havia de ser para demonstrar tamanha serenidade.
Quando as pessoas estavam mais calmas e todas em seus assentos, caladas, uma pesquisa foi feita de forma simples mas eficiente. O doutor, na parte da frente do ônibus, bem perto da porta de embarque, perguntou em alto e bom som:
— Alguém aqui consegue dirigir ônibus? Como vocês sabem, o motorista não está bem e temos um passageiro com catatonia já entrando no pior estágio. O que precisamos é de alguém que leve o ônibus pra rodoviária mais próxima. Alguém?
Um homem estranho, de cara fechada, levantou-se e disse que conseguia. No entanto, foi tão seco em sua palavra que o doutor ficou meio cismado. Mas como não havia tempo para investigação ou para se preocupar melhor, o que o médico pôde fazer foi aceitar a ajuda do sujeito.
Depressa, retiraram o motorista do seu banco e deitou-o embaixo dos assentos da primeira fila, afastado dos passageiros. Envolveram-no em lençóis e cobertores, cedidos pela senhorinha que viu meu documento. O motorista substituto tomou seu novo lugar e deu partida no ônibus.
— Alguém sabe onde estamos? — o, talvez, psicanalista se levantou e perguntou.
— Nós estamos perto de Barreiras — disse o motorista — Mais vinte e cinco minutos e chegamos.
O ônibus, então, partiu e os passageiros, muitos chorando, outros vermelhos de raiva, outros rezando pesado para que Deus os guardassem, simplesmente aceitaram que nada podiam fazer e cooperaram com o silêncio. Já eu, quanta humilhação eu passei. Os dois homens continuaram me segurando, no final do corredor, em frente ao banheiro, e eu nu, com as calças até às coxas. As crianças tiveram seus olhos tampados. As mulheres, envergonhadas, não olharam de jeito nenhum. E os homens, muitos foram sacanas e enquanto riam, bateram fotos.
Seguimos assim até à rodoviária de Barreiras. E ao chegar, o motorista conduziu rapidamente à sessão de parada, esquecendo-se das leis e passando na frente de outros ônibus que esperavam em fila. Quando desligou o motor, o primeiro a sair fui eu. Aliás, foram nós, eu e meus dois ajudadores estranhos.
— Saiam da frente! Saiam, saiam todos, estamos com um doente…
Enquanto os dois homens me carregavam naquela mesma degradante posição, o moço, talvez, psicopata, ia na frente abrindo caminho e pedindo licença às pessoas que enchiam a rodoviária. E como havia gente aquele dia! Parecia que a população do nordeste tinha marcado um encontro naquele lugar. Andando para lá e para cá, puxando malas e carregando sacos, passavam por mim e riam como se fosse engraçado. Uns até pararam e sacaram seus celulares e registraram a cena, como os desumanos do ônibus haviam feito um tempinho antes. Quanta humilhação. Meu nome depois desse episódio seria Humilhação da Silva. E eu teria hábito de avestruz: eu viveria com a cabeça enterrada.
Quando, enfim, cheguei no banheiro, os homens me sentaram na privada com todo o cuidado e, com rapidez de guepardo, no instante seguinte, coisa de fração de um segundo, correram do banheiro lembrando-se do que o doutor havia dito. Trancaram a porta e não deixaram ninguém entrar. Eu estava agora sozinho, mas extremamente de mau jeito; cãibras havia em todo o corpo, minhas pernas encolhidas, meus braços quase ao contrário. Eu estava estranho, com as calças abaixadas, sentado numa privada.
Mas, como o doutor sabia do que estava falando, não demorou nada e meu corpo voltou ao normal. Meu cérebro reconheceu o banheiro e também a friagem da louça da privada tocando minhas coxas e bunda; então eu liberei. Livrei-me do meu mal. E não vou usar onomatopeias para descrever os sons terríveis e grotescos que as pessoas ouviram do lado de fora do banheiro. Vou dizer apenas que quando eu terminei de me descarregar, passei os olhos pelo lugar e percebi que não havia papel.