Dor sagaz, vivente
Sonhe a dor, sagaz vivente
Das pétalas de flor, do sonho eterno
Em claras gotas, de orvalho quente
Uns sonham a primavera, outros, o inverno
Grandes sóis, a alma em mente
Um doce amor, quente e terno
Cante a vida, não pare, sente
Que tudo é mais um clamor eterno
O amor se esvai, se perde em cantos
O que era um monte agora é um punhado
Que os bons se doem em prantos
Medindo os tempos pelo passado
Perdidos tantos, sem flor, sem norte
Que uns cantam a vida, outros cantam a morte