Quem manda.
"Era escravo desde a infância, esperto e rápido que só, ávido a aprender e logo se percebia seu diferente jeito de ser.
Detinha uma condição peculiar, se comparado aos crioulos de sua época. Sua petulância e olhar sisudo sobressaiam mesmo quando permanecia calado, quase sempre; sua formosura e elegância eram nítidas, ainda que discretas, o que se percebia ao longe por todos que o conheciam.
Tudo o que fazia rendia e por isso fora promovido, da cozinha a encardernação, da roça a redação jornalística.
E seu senhor, dono do jornal e do "neguin", se alegrava por tê-lo ali, só não sabia que seus dias estavam por um triz, pois sua liberdade se aproximava enfim."