Uma Rosa para Berlim : Marcas da fúria 2
Estamos em 3 carros e seguimos por ruas vazias com quarteirões inteiro
destruído. E vez ou outra um jipe com soldados aparece em patrulhamento. Nós
seguimos adiante até ouvirmos dois tiros de fuzil. O motorista reduz a velocidade
é um farol nos cobre. Ouço gritos em russo e nada entendo. O motorista parece
entender e pára. Os outros dois param. É tudo se ilumina com luzes que jogam so
bre nós.
- Sair devagar e com mãos para o alto .- disse ele dando o exemplo.
Fazemos o mesmo é logo somos rodeadas por Russos bem armados .
- De onde vem ? - perguntou o que comanda , em alemão, para o motorista .
- São enfermas em alta. Estou levando elas para fora de Berlim !
- Se são enfermas não podem estar com alta ! - disse o oficial rindo .
- Eram enfermas !- corrigiu o motorista.
- Acabamos de pegar uma enferma com alta que fugia do hospital .- Aponta para o
jipe e vemos uma jovem aprisionada - tudo indica ser uma soldado !
E um dos soldados aplica um tapa na mulher e solta uma gargalhada.
- Vocês também tem jeito de soldados . E eu aposto
que eram boas no que faziam . Posso ver alguma iden
tificação ? Alguma de vocês me mostre algo... rápido!
- Não temos nada que nos identifique .- disse Greta se
antecipando- deixamos no ....
Um tapa desferido pelo oficial derruba Greta. Cai e fica
muda. Eu tento ajudar e sou empurrada. E um tiro cer
feito acerta o oficial no peito e ele tomba sem vida . E
novos tiros e os Russos tentam se defender e são alve
jados impiedosamente. Todos tombam sem vida. Eu
fico esperando para ver quem nos ajuda e, logo vejo um
grupo de pessoas formado por homens e mulheres que
se aproxima de nosso grupo. Todos estão bem arma
dos e se aproximam sorrateiramente. Vejo uma moça
que lidera e usa uma submetralhadora Americana.
- Nos acompanhem, por favor - fala ela parando e fazen
do sinal para segui-la . Ao ouvir um tiro de joga no chão
- Protejam-se ! - e dispara em direção ao jipe pois, é de
onde vem os tiros. Vejo Russos chegando e abrindo
fogo cerrado. A moça me passa uma Luger - defenda o
grupo como todos.
Pego a arma e disparo contra o jipe. Respondem com
granadas. Corremos todos e todas para a penumbra
dos escombros dos prédios. Escuto projéteis ricochete
arem por perto e me jogo entre pedras. Gerda Mende
me ajuda a passar por um buraco de parede. Todos fa
zem o mesmo e nosso grupo consegue se posicionar
entre as paredes. Abrimos fogo cerrado e escutamos
algumas explosões. Gritos russos e mais explosões.
Rajadas e mais rajadas. A líder do grupo me puxa pelos
braços e corremos para longe dali. Batemos de frente
com outro grupo de Russos bem armados. Chegam
com um blindado e abrem fogo pesado. É começa uma
saraivada de tiros por todos os lados.
- Sigam-me !- grita a líder - Estão nos cobrindo para a
fuga. Venham rápido.
Seguimos ela rapidamente. Corremos entre escombros
é deixamos os tiros para trás que logo cessam. Corre
mos muito e depois entramos em um prédio aos peda
ços. Vejo o clarão de uma lanterna vindo de uma porta
e é por ela que vamos. Parece tudo combinado. Nina
Hübner é a primeira a entrar e, após entrarmos, fecham
a porta e pedem silêncio.
- Meu nome é Gudrun Schüttler e escrito pessoal que
precisa de proteção.- puxa um capuz negro e cobre a
minha cabeça - fiquem tranquilas pois, é para a prote
ção de vocês. Não podem saber para onde vão.
- E temos que aceitar ?- pergunta Lili .
- Depois que estiverem protegidas, devem decidir se
ficam conosco ou tomam outro rumo. Vamos dar as
possibilidades. Por hora seguem conosco.
E assim somos levadas não sei para onde. Só sei que
somos retiradas dali e caminhamos entre pedras. De
pois sinto que somos colocadas em veículos e pouco
depois os veículos se movimentam e, 15 minutos, creio
eu, depois, o barulho dos motores param e somos retira
das e pouco depois levadas para algum lugar. É logo
retiram meu capuz. Vejo um salão bem iluminado com
muitas pessoas sentadas em cadeiras lendo jornal .
Vejo mulheres e crianças andando de um lado para
outro. Greta está espantada. Nina Hübner sorri. Erna
fica olhando para o teto sem tinta. Lale me abraça.
-Que lugar é esse ? - pergunta Marija espantada. E a
mulher que nos trouxe até aqui nos olha. Parece ter a
minha idade e minha altura. Longos cabelos loiros .
-Isso aqui é um bunker de refugiados. E é de onde pode
partir uma ação de resistência.