A fuga de um cachorro chamado Spaike II

É a segunda vez que escrevo sobre spaike. Agora, até já sei usar o nome dele aportuguesado para passar maior realidade. Spaike era um cachorro vizinho meu. Ou melhor, para outros entendedores, uma vizinha minha tinha um cachorro chamado Spaike.

Decorre que spaike fugiu, ou como queiram outros, sumiu fazem três dias após sair para dar uma mijadinha e cagadinha matinal, ao que lhe resultou na liberdade ou na prisão.

As evidências que discutimos a partir de um exemplo na primeira vez do sumiço do dog é que, no meu caso, acho que floquinho, (apelido do cheio de pêlo que tive noutros tempos) queria ganhar o mundo e fugiu, porém, foi interceptado pelo mundo que adorava seus pelos. No caso de Spaike não sei visto que, conto apenas os eventos que se seguiram nessa tragédia.

Pois bem, reintroduzidos os elementos que decorre nessa trama, o fato é que um cachorro sumiu e os latidos também. Depois disso, muita coisa ocorreu, bem como, a rua toda se entristece em prantos para prestar solidariedade ao comedor de ração. Por outro lado, há os muito doidos que por serem ligados a contemplação, viram no silêncio daquela voz que corrompia as patas do cachorro em suas saídas matinais, delírio para a piada que contaram as boas nas rodas. Diziam eles: - Nunca mais Spaike! (risos). Spaike, Spaike, nunca mais (e mais risos).

Não é de todo modo descartável que há dois dias atrás a velhinha havia inquirido aos "muito doidos" a respeito do cachorro. Não sei em que tom vinha o pedido, mas, normalmente estes se arriscam com tons mandatários, coisa que lhe são fáceis de perceber e imperdoáveis quando ainda lhe cobram solidariedade.

Todavia esse não foi o único evento que aconteceu após a fuga de Spaike. Muitos amigos vieram-lhe prestar solidariedade, inclusive com ajuda de força tarefa. É óbvio que não saí de casa com medo da solidariedade ou da tarefa, e, quando os via (oradores de spaike), me escondia. Não quero dizer nada sobre isso, porém, já consigo afinar meu violão com mais calma e isso é tudo.

Toda essa reza pela busca de Spaike já dura três dias. Nela, além da solidariedade costumeira dos próximos, o assunto tomou rumos indetermináveis. Vezes ouço dizerem que ouvem spaike latindo em algum lugar, em outros momentos especulam que alguém o pegou, foi assunto de bar, motivo de comoção, mas, em nenhum momento ouvi dizer que o tal do dog fugiu e está com uma cachorrinha, quer dizer, não sei. O cachorro tinha 6 anos de vida e nunca tinha dado uma.

E para quem conhece esse tipo deve saber que ele rosna, canta, dança, corre, pula, se treme e tudo porque sente desejo, ao que ouvia constantemente urrar como um primata no cio, (coisa que até pode ter me levado a assanhamentos com minha senhora) pelo canto concentrado em busca do prazer, suas saídas não significavam mijar ou cagar simplesmente, mas, cheirar o prazer que o fez seguir rastros em todas as suas saídas.

E a procura continua nos próximos capítulos...