A SENHA
A SENHA
CAPRICHA UM E MEIO!!!
Joseeé capricha um e meio!!!
José era o cozinheiro.
Quem fizera o pedido não fora outro senão o próprio Português, dono do Restaurante.
Esta estória é real, passou-se num restaurante de bairro no almoço de uma sexta-feira. Estávamos no escritório, - éramos cinco pessoas igualmente atravessando por momentos penosos financeiramente, brincando dizia, estamos provisoriamente, ocasionalmente “Duros”contando centavos. – Somos vendedores e sabemos que a fase passa.
Alguém, não sei quem, deu a idéia. Vamos comer bacalhau no Português, lá ele serve bem, um bacalhau dá pra dois.
Éramos em cinco, ao observarmos os preços, vimos que o numerário não daria para dois pratos, o que certamente seria suficiente para nos cinco. Fizemos o calculo financeiro e resolvemos o pedido. UM E MEIO. Lógico, um e meio bacalhau, pra Cinco pessoas, não é exatamente o pedido que o Português gostaria de ouvir, em uma sexta-feira, principalmente no almoço quando o prato é deveras procurado e tem-se de esperar por uma mesa. Qual foi minha surpresa, ouvir em alto e bom som, o português bradar ao José cozinheiro. JOSEEÉ! CAPRICHA UM E MEIO!!!
Não sei se era senha, ao inusitado pedido, pois concordo, um e meio bacalhau, por mais bem servido que seja, pra cinco, não pode dar. Mas deu, deu e sobrou. Realmente foi caprichado. Acredite sobrou. Nunca vimos tantas cebolas e batatas em água fervida que do gosto bem lembrava o cheiro de bacalhau. Todos comeram. Lógico estava limpo. Mas quem reclamaria da ausência do bacalhau que em pratos com pedido normal se via em abundância? É pródigo estar-se momentaneamente “Duro”, não fosse por isto, este fato jamais ser-nos-ia notado. Um dia perguntarei a esse tal Português. Porque CAPRICHA UM E MEIO!!!
Com tanta eloqüência, é senha?