Fim de Tarde.

Leica vivia um relacionamento amoroso, uma razão profunda de compreensão e respeito aumentando a cada dia. Contudo, era pretensiosa evidenciando em seu corpo, pequeno, as armadilhas avassaladoras que conduziam além do sexo um equilíbrio, manifestando em seu parceiro o desejo de permanecer ao seu lado por muito e muito tempo.

De repente um cheiro passava por seu perfil; era o perfume telepático do seu homem e em poucos minutos, lá estava uma mensagem carinhosa lhe esperando ou a sonoridade telefônica invadia o ambiente; envolvendo a alegria fortalecida nos braços de quem ia chegar. Um encontro casual, pronto para decidir o destino noturno.

Os corpos se conhecem, sentem prazer antes mesmo de serem tocados; pois o olhar permanece sorridente pela eternidade dos primeiros segundo desse amor.

Todo sonho presente refletido nos desejos em frente ao espelho, nada confunde os amantes despidos e provocantes; buscando ávidas e interessantes fantasias que não adormecem.

Não sabia ela, que um dia ouviria um estalar anônimo, vindo do nada, despertando o rompimento de tão bons momentos.

A estrela-d’alva definida no céu, despontava a maturidade concebida pela tarde, docemente alegando o quanto as palavras de Alberto Caeiro não têm pressa de passar – Tudo é disperso, nada é inteiro – (Nevoeiro).

Norma Barros
Enviado por Norma Barros em 28/08/2007
Reeditado em 06/08/2018
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