Espinhos...
Hoje acordei mais cedo, acordei fora do meu quarto, estava um nevoeiro, tudo branco, triste.
Resolvi subir no telhado de minha casa e sem dificuldades estava no topo.
Não podia ver todas as casas, pois nem todas estavam lá, mas podia ver a padaria o empório e algumas pessoas.
Quando me dei conta, alguma coisa me atrapalhava, mas não sabia o que era, pois não podia olhar para todos os lados,
Aí percebi...!
Eu tenho asas!
Nesta hora só podia ver o topo aonde meus pés se apoiavam, um tremor passou por todo o meu ser, não conseguia imaginar, eu ali com asas, mas com medo de voar.
Queria chamar todos para mostrar-lhes as minhas asas, mas ninguém me ouvia.
Pensei...!
Não passa de um sonho, vou aproveitar porque nada vai acontecer comigo, não vou cair e me machucar.
A confiança aos poucos foi acalmando o meu coração, já não sentia mais medo, e minhas pernas não tremiam, fui me acalmando.
Até sentir que estava em um topo de uma montanha, senti meus pés congelarem, um frio que saia de dentro para fora, foi quando procurei estar seguro e imaginar que tudo era uma ilusão, um sonho, e que a realidade era outra.
Olhei para o topo, era o topo de um arranha céus, uma torre muito alta, quando olhei para baixo, as pessoas pareciam formigas, e o reflexo do sol em meus olhos.
Quando olhei para trás, meus olhos se encheram de lágrimas, e uma tristeza apertou e comprimiu-me coração, eu queria voltar, mas não conseguia, meus pés ficaram enraizados no topo. Uma saudade infinita tomava conta de mim, nada mais parecia realidade de um sonho, queria voltar...,
Voltar tudo...
No tempo, no espaço, mas não conseguia me mover.
Cansado na tentativa, olhei para o meu lado esquerdo, estava escuro e os raios saiam das nuvens, sentia que uma tempestade viria com toda a sua ira. Os ventos uivavam, carregavam com eles todas as loucuras e raivas contidas na terra. Assustei com um trovão que me deixou surdo. A chuva vinha a cavalo, pois os trotes eram iguais a uma tropa de cavaleiros empunhando suas lanças de raios.
Ao olhar para o meu lado direito, vi bem distante, uma nuvem branca, parecia algodão, mas mal conseguia visualiza-la, mas quando tentei com mais precisão, senti minha alma planar, minhas asas batiam e já estava fora do topo.
Não me assustei, fiquei emocionado, pois conseguia voar!
No meu pensamento reflexões e muitas sabedorias e entendi o porquê das asas.
DEUS oferece asas para todos na terra, algumas pessoas querem ter asas, mas desconhecem porque não as tem, e maldizem suas vidas, e não há esforço para tê-las, por causa de suas desistências.
Algumas pessoas ganham asas, mas não querem voar, pois acreditam que voar perde-se tempo e espaço e se afirmam em tudo que se pode pegar na terra.
Algumas pessoas recebem suas asas, voam até o fim de suas vidas, de uma maneira simples e eficaz, pois sabem que o importante na terra não é simplesmente voar, mas como aterrissar.
Voando para acima e seguindo meu plano de voo, que era para todos os lugares e lugar nenhum, percebi que o sol não tinha a mesma cor, parecia uma aurora boreal, muitas energias.
Ao olhar para baixo visualizei um grande jardim, e existia no centro dele uma flor, que estava sozinha, bem no centro, pois não havia flores ao seu redor, sem assusta-la aterrissei ao seu lado.
Era uma linda rosa...
Suas pétalas avermelhadas e amareladas, a cor de um sol, um intenso e glorioso amor, mas ela não tinha espinhos.
Raro uma rosa sem espinhos...
Eu disse:...
Rosa de profunda imensidão está triste,
Porque sente na solidão, o seu abraço,
Porque se afasta do seu glorioso amor,
Porque escondes o teu coração.
Rosa da meiguice,
Rosa dos carinhos,
É a roda que impulsiona,
És de forma,
És e orna,
Qualquer coração.
És lembrada,
És ofertada,
No amor e na paixão,
És de muita emoção.
Em todos os dias,
Em todas as horas,
Em todos os tempos.
Ela respondeu.
Apesar de ser rosa, ser lembrada e ofertada,
Porque o homem não me oferta de onde estou...
Porque ele me arranca,
E me leva para seu coração.
Eu viajo por todos os tempos, me magoo por todos os espinhos,
Que perdi
Se sou tão gloriosa, tão amada,
E emociono o amor e a paixão,
Porque não sou amada aqui onde estou.
Vês ao meu redor, não há rosas,
Pois o homem que me ama,
Levou todas, retirou tudo do meu coração,
E agora me sinto na solidão.
O que importa ser rosa...
Se sou agregada ao sofrimento...
Na minha solidão...
E sem meus espinhos.
Quando o homem vê meus espinhos,
Acha-se no direito em querer arrancá-los,
Pois para ele é sofrimento,
Mas meus espinhos são meus sentimentos.
Nesta hora pensei...,
Os espinhos...
Pode não ser sofrimentos, mas um amor profundo,
Um amor único e verdadeiro, um amor que se olha espinho,
Pela maneira que se quer ver,
Mas é um amor intenso,
Impulsionado pelo espírito,
Pela alma límpida, pela verdadeira forma de viver.
Compreendi na rosa,
Que o amor tem que fluir no respeito de cada ser,
Não da forma do nosso querer,
Sem julgar no ato,
Que amar é ter uma propriedade,
Nas amar é sentir cada espinho do sentimento, nascer.
É não arrancar da minha amada seus espinhos,
Que podem ser seus carinhos,
Seus beijos...
Seus espinhos, seus sentimentos.