o argumento d'As Janelas Suspensas
o relato sem dúvidas era fantástico, e por isso mesmo lhes disse que, não por acaso, a ficha catalográfica do livro indicava Literatura Fantástica, mas há alguns que fazem-se acreditar em qualquer coisa.
por volta de 1920 um desertor encontrou um pequeno mundo totalmente desconhecido, nunca visto ou documentado na história humana, singular. a civilização se desenvolveu por, quem sabe, séculos, com hábitos e técnicas que lembram algo que conhecemos, e a riqueza de interesses e curiosidades aos olhos inéditos foi tamanha que os assuntos se diviram em capítulos; por exemplo: o primeiro dos capítulos após a chegada do imigrante preocupa-se com anotações das geografias¹; aparentemente, é uma pequena montanha, com um platô, umas formas pontiagudas, góticas, variando para "cabeçudas", Gaudianas, distribuídas nas escarpas; uma segunda montanha dentro da montanha mais ao interior; e outras importâncias climáticas, florais, hidrográficas, como as florestas de cilindros de água. um trata somente das questões estruturais, físicas, produzidas pelos habitantes; habitações invertidas e sem limites, janelas enormes suspensas e desafixadas, instaladas em aleatoriedades analíticas - algumas desafiando o provável, alinhando-se em frente ou na lateral, acima, inclinadas. os plantios obedecendo o regime das chuvas, no caso, de sementes. no das metafísicas, a mitologia é centrada no espaço, como ser folclórico. o mais complexo por certo é o último: linguístico; todos os registros dão a impressão de ter perdido força, fôlego, à passagem do tempo. os códigos, que no ápice civilizatório eram mínimos e rudimentares, foram se calando; baseiam-se em - ou /, __, ), ~ , pontos, "vírgulas", #'s, =, etc. o estudo da língua perdida, e encontrada, sugere que os gestos obtinham a mesma importância do sinal escrito, podendo portanto um ^ ou uma sequência de ^^ + uma entonação gesticular ou facial tal, significar algo completamente diferente de um ^ ou uma sequência de ^^ + uma entonação gesticular ou facial outra; ou ainda emissão de sons, com sopros, gemidos, "interjeições", e assovios, para citar, facilmente percebidos nas entrelinhas. os silêncios agregaram para si, gradativamente, significâncias mater para o idioma, sobrepondo quietudes neológicas às próprias raízes hermeneuticas; os não-escritos mais recentes eram enormes².
tudo, em todas as áreas, pelas descrições, tem uma aparência pré-arquitetada, seguindo ideias pré-concebidas, mas, provisório. não é esclarecedor dizer, dado que a informação poderia integrar o início da descoberta, contudo, a conclusão arqueo-lógica natural para estes anúncios leva-a por conta, que o lugar encontrou-se na mais completa e possível desabitação, e aqui, como na obra, este pormenor surge posterior a todas as análises, observações, vivências, pelo simples fato de que o descobridor-escriba só o fez depois de esgotar qualquer chance de se deparar com alguém ou alguma coisa minimamente responsável e integrante daquilo. explica-se: era um abandono novíssimo; automático à chegada de um, conforme o pensamento que lê-se.
o fascinante, no óbvio entanto, não está nestes cansativos relatórios de campo resumidos aqui. os primeiros capítulos de "A Terra das Janelas Suspensas - Vol. I" tratam exclusivamente da jornada pela qual se pode chegar. Um mapa ideológico é minusciosamente explicado em texto. à parte as desventuras egocêntricas do autor, o objetivo é: chegar na proximidade possível a 15º S, partindo em direção ao Norte; e a 55 W, partindo para o Leste; na distância mensal da conjunção, desertos serão a companhia, apenas; na aproximação destes endereços a montanha será visível. avistando-a, deve-se contorná-la e seguir sentido Norte, e depois de sentir-se no Norte - e este sentimento pode estar relacionado a uma falha no ponteiro da bússola, quase esquecida nas anotações, que perde por completo o senso de direção movimentando-se frenético até a inutilização total e definitiva do objeto - girar 180º. verá, entre dois vigias rochosos, cantoneiros, um mais alto, à esquerda; como um indicador e um mínimo, este com uma inclinação à Terra, leve e altiva - um ídolo observando seus idólatras; em riste enquanto os outros dedos de uma mão com sete, fechados. eis o portal; ou a janela. detalhe: o ponteiro norteador da bússola é, condição sine qua non, forjado de um metal encontrado em Útirips - que seria verbalmente concebido acerca do ano 2042³ (ou, num parêntesis fora do livro, em Tlön, mas Tlön só viria concretamente a público em meados da década de 1940). se por impulso irracional intentar na direção contrária, partindo-se de Leste diretamente para 55º W, ou de Norte ao 15º S, para encurtar caminhos, ou ainda utilizar-se de Global Position System e afins, a formação é inexistente, ou invisível.
a empolgação do casal de jovens era, mais que evidente, justificada. seus indicadores auxiliados pelos polegares paginavam a obra, seguravam algumas páginas, voltavam outras, encontravam os destacados parágrafos de sua recém adquirida versão (primeira edição; exemplar nº 20; vigésima reimpressão): sabiam de antemão que eu tinha uma bússola com o ponteiro norteador forjado do metal específico encontrado, e admito certa frustração, em Útirips. fiz lembrar-lhes que há uma lógica hierárquica entre realidade e ficção, "quem reproduz quem", em vão. também questionei sobre o geral desconhecimento desse mundo descoberto há, supostamente, quase um século, tampouco deram ouvidos. por fim, cedi a insistência e presenteei o objeto desejado. soube, tranquilizado, que em poucos dias partiram.
1 - todas pouco específicas, ideais. verossímeis, porém há certa perda de profundidade dos sentidos no escriba, que afirma não se ter vista para nada a partir de se estar lá.
2 - inclusive na literatura. obras ab-surdas, tanto em dimensão editorial quanto em beleza artística. poemas épicos e fábulas filosóficas sem um sinal gráfico sequer.
3 - uma teoria conspiratória cogita que Útirips fora descoberto no final da década de 1950, pela Rússia, que intensificou explorações superficiais e contatos mineralógicos. à época, desistiu de oficializar o fato por que ninguém poderia conferir, ou aferir, o feito - os E.U.A. estavam focados no cinema; o avanço íntimo prosseguiu por uns meses/anos, até o projeto ser abortado e destruídas as provas para não parecer invenção fracassada. justamente a falta de grafia infunda totalmente a hipótese.
(Introdução de A Terra das Janelas Suspensas - Vol II; 2018, não publicado)
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da viagem em si não há muitas relevâncias. seguiram exatamente as indicações: partiram para o Norte até chegar a aproximados 15º S, e na direção Leste a um abjetado 55º W. alguns percalsos pessoais, dramas particulares centrados na importância interna de cada qual, normalidades de uma empreitada tão enorme e desafiadora para os instintos físicos e metafísicos. mas na distância mensal da conjunção dos endereços, nos desertos, periodo crucial na jornada, uma condição não prevista pelos viajantes, provavelmente omitida ou despercebida, por consequência, ausênte livro, surpreende-os: o autor se aventurava solitário, e os desertos são de cada um; em qualquer circunstância hipotética seria humanamente impossível que conseguissem atravessá-los, mas há escassez de detalhes. avistaram a formação, chegaram à ela, contornaram-na e seguiram a Norte, atentos aos relatos. quando a bússula iniciou sua pane, com as desnortesdas dinâmicas do ponteiro forjado no mineral específico de Útirips, passou com pressa pelos pensamentos de um que este detalhe quase esquecido dos relatos, brandamente descrito por sentir-se no Norte, poderia não ter sido quase esquecido, e pelo contrário, deixado com proposital desimportância visto que o equipamento praticamente se autodestrói e inutiliza-se em definitivo, mas era o momento de virar-se, 180º, e viraram-se. avistaram a Terra, todavia sem ver construções, janelas suspensas ou outras alterações artificiais, mas só podia ser; o primeiro patamar montanhoso e escarpado, o platô aberto, e ao interior a segunda montanha, que a eles pareceu um nervo central da mesma única estrutura montanhosa. além do que, nada mais era visível em todos os arredores que a vista alcançava, incluido o topo da da elevação principal. o que mais franziu a atenção deles no entatnto foi o vigia rochoso menor, com sua leve curvatura austera à Terra: não estava lá; ou ao menos não por completo. a base era discernível, brotando como deveria, e na altura de um primeiro terço do que poderia ser, um corte brusco e, à distância, matemático. a conclusão óbvia qualquer um teria, sem ser cientista, de que as intempéries climáticas e temporais derrubaram, como tudo mais neste mundo, o dedo ígneo; um argumentou, mais para fins conclusivos que por próprias dúvidas, lembrando das condições quase ideias de clima e suas relatividades constantes no livro, o que o outro refutou lembrando que o autor conviveu com o lugar um determinado e pequeno tempo, e já haviam se passado, como bem lembrara-lhes antes da partida o presenteador da bússola, um século; concordaram, e enfim algum disse para seguirem até lá. lá, os caminhos que conduziam ao platô eram tantos quanto possíveis; uma rede de artérias que se multiplicavam entre as formações góticas dando às paredes escarpadas um aspecto fibroso, semi-vivo. ao término da subida certificaram-se de duas coisas a partir das bordas platônicas; uma, a magnífica vista para nada a partir dali; outra, voltando-se às entranhas escancaradas e descampadas que mal acreditavam que acabavam de desbravar, buscando com olhos binoculares as habitaçãoes invertidas, os hídricos bosques cilíndricos e, subretudo, as idílicas janelas sem tamanho, fixamente livres e elevadas no ar, tiveram a confirmação do que sentiram à primeira vista, à incerta distância, após a falha da bússola: com toda certeza haviam encontrado a Terra das Janelas Suspensas; mas não havia resquício algum de que alguém estivesse habitado-a.
baseado nos "Diários", encontrados na Terra das Janelas Suspensas pela "Expedição XXI" - e uma nota sob este título, sublinhada, dizia "trecho sem necessidade de tradução".
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quando a revista Advanced Archaeological Sciences tornou público o conhecimento da Terra das Janelas Suspensas e dos Diários e as traduções pela Expedição XXI, junto da Introdução à Terra das Janelas Suspensas Vol. II, após financiar, com dinheiro sabe-se lá de onde, uma pesquisa ampla e profunda, que culminou anos depois na publicação, na sessão de Metaphysical Archeology, de um artigo entitulado Passado: uma janela para o futuro, com todas as novidades da descoberta, a exposição da história documentada, incluiu uma tradução das traduções realizadas pela Expedição XXI dos trechos dos Diários que necessitavam traduções; a E.XXI já estava integralmente inserida e imersa na língua autóctone quando elaborou as traduções, gerando um documento explicativo, porém no mesmo idioma.
"o início da exploração não se deu de imediato. a emoção do desconhecido dividia as perguntas com algum tipo de decepção cognitiva, estranheza de não encontrar as coisas esperadas num lugar que até então inexistia. um silêncio profundo se instalou na angústia de cada um, que permaneceram algum tempo pensativos, num estado de incredulidade ambígua, um escreveu que sentia-se habitando um grande pasmo, e é bastante provável que destas condições solitárias, incógnitas e atípicas tenha surgido individualmente, e em consequência, em ambos, a necessiade de se reproduzir, e o fizeram. tinham a noção exata que não havia possibilidade de retornar por onde vieram sem o auxílio da bússola, e algumas das necessidades de sobrevivência começavam a urgir, assim, animaram-se na medida que puderam para adaptar-se. uma das primeiras ações foi observar os plantios: choviam sementes, que de imeiato afogavam a vida encapsulada atingindo as lâminas dágua do sobresolo; eis que tiveram a ideia de fazer uma reorganização hídrica, experimentaram que o líquido era plenamente manuseável, e como um oleiro dando forma a um pescoçudo vaso de barro, criaram os cilíndros, dispondo-os em coletivos de tal modo que qualquer pessoa que visse sem nunca ter visto antes pensaria em bosques ou florestas de cilíndros d'água; aprenderam a direcionar o fluxo chuvoso e utilizar o líquido, bebedouros infindáveis, nas proporções adequadas, conseguiram as primeiras colheitas, justo quando a população já ansiava por elas. por essa época as habitações, que pelas características climáticas quase ideais, começavam a se multiplicar ocupando um espaço mitológico mínimo, visto que além de serem invertidas não tem limites. a criação das mitologias, inclusive, teve importância fundamental para o desenvolvimento da civilização; há trechos dramáticos e temerários descrevendo reuniões culturais desesperadoras por não conseguirem imaginar que fim o lugar poderia ter sem a prévia supreção do espaço e sua elevação a folclóre mítico. gerações nasciam embebidas no desânimo inerente e nos silêncios comunicantes, um mero gesto cabeceante em harmonia com um sopro de língua entredentes e a tarefa grupal era compreendida de pronto. neste âmbito as artes surgiram ao natural, por um ou outro indivíduo perguntar, lhes perguntar, se perguntar, sem sossêgo; a poesia sem dúvida é das mais destacadas, com seu minimalismo expansivo, por exemplo em O girador de sombras*, poema com referência muito popular; e as ex-culturas**, através da tradicional prática de converter as formações pontiagudas e góticas das escarpas em estranhas aparências cabeçudas, esotéricas. As janelas suspensas: a questão onde mais se depositou investigação, mais se converteu curiosidade em cansaço, mais o fascínio se esgotou em estudos; mas, não há resposta aparente para diversas perguntas. a origem é uma delas: não há um registro ao menos de quando começaram as instalações, em contrapartida, é histórica a convivência com elas; desde os primeiros relatos brotam frases perdidas fazendo referência, do tipo "...e ainda janelas" ou "janelas depois...". para o como foram instaladas há uma passagem dos primórdios que pode elucidar a questão: "e pensar que sem que a colocasse onde era pra estar, não teríamos colocado-as"; isso converge com algumas atitudes averiguadas nas pesquisas específicas às janelas, e deduziu-se que basta elevá-las na exatidão atmosférica pré-fixada, e deixar. nos documentos com as datações mais recentes, antes do desaparecimento brusco e sem previsões, há a efetivação de outro ponto habitante do conhecimento e da cultura originária do povo, que com tranquilidade aguardava o acontecimento, que só iria acontecer quando fosse o momento; e assim que o momento se mostrou que o era, construíram sobre a base rochosa oposta ao vigia natural, um segundo, pouco menor, com uma sutíl e altiva curvatura dorsal à Terra; um ídolo observando seus idólatras. após estas escrituras nada mais foi encontrado; nenhum lítero-vestígio, nenhuma pista de alterações geográficas, nada. como quem cumpre um trabalho pré-determinado e abandona-o assim que se desvincilhou de todos os seus detalhes."
* um dos raros poemas que conseguiu-se a tradução da tradução completa:
o original:
)
(
a transformação:
óh, girador de sombras
abra-a
com sua fechadura
e mostre-nos
as chaves escondidas
atrás da palavra escura
** há uma convenção unânime na cultura da Terra de que tudo que está ali foi préviamente construído por alguém. este conceito provavelmente migrou às artes e à linguística, e pode ter interferido para a etimologia, como em ex-cultura.
(traduzido e baseado nas traduções e bases da Expedição XXI dos "Diários")
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o artigo foi recebido com muita desconfiança pelo público, que diga-se, se restringe à academia, e dentro dela apenas os interessados na ciência específica. receosas e céticas réplicas em resposta tomaram o mundo das publicações virtuais e físicas da área massivamente, e só não se pode falar em totalidade por sempre haver uns que, poucos, mesmo cientólogos, se deixam levar por ímpetos misteriosos, veem sentido lógico em teorias das mais estapafúrdias - não que fosse o caso, apenas para nota de comparação - e estes são os responsáveis por levar aos adiantes algumas das principais revelações do conhecimento universal que a humanidade, de tempos em tempos, degusta. mas, fora estes, não faltou quem pusesse pingos nos is e atentassem para as irresponsabiliades de uma publicação sem maiores participações do meio acadêmico, e os impactos ao público, vulgarmente denominado, leigo - a mídia tratou de informar democraticamente à população espectadora o que ocorria nos anais da intelectualidade contemporânea. diversas instituições ofereceram refutações embasadas em comprovações científicas prévias, se apropriando de leis físicas, biológicas, matemáticas, históricas e até geográficas, certificadas (apesar disso, viu-se um crescimento do interesse por parte dos linguístas, e também dos agnósticos); mas o que corroborou em favor dos incrédulos foi que os "achados", os documentos em geral, anexos, pareciam extremamente novos. um grupo de pesquisadores propôs uma análise dos tais escritos, e a revista concordou de imediato, o que fez as pernas da comunidade tremerem: logo os resultados saíram, como artigo na revista La Méthode Scientifique, sob o título de Windows: un passé fermé, em que a crítica mais paupável ficou por conta de que a "investigação detectou a ausência da matéria palavra". como ninguém compreendeu, literalmente, as acusações apontadas, e também por não constar nada em favor da veracidade, os adjetivos variantes do charlatonismo presos nas gargantas ganharam asas, ou letras, e voaram em enxames às Janelas. e de repente, como um conto, algo que poderia ser um dos grandes e importantes assuntos do passado e do futuro da modernidade, passaria a figurar no hall inexistente das coisas esquecidas.
mas há acontecimentos fadados aos detalhes, e este só não foi apagado inteiramente da memória futura porque, além dos crentes que seguem o absurdo proposto em seitas, uma agência secreta, e nos segredos de uma agência secreta está seu país de origem, sem alarde, se interessou pelos pormenores científicos da empreitada; ou, por um pormenor em particular: o metal mineral com que se forjou o ponteiro da bússula responsável por guiar a viagem à Terra das Janelas Suspensas. em pouco tempo, sem que o tema esfriasse e aproveitando-se que entre a improbabilidade e o assunto, o geral prefere o segundo, pesquisas analíticas avançavam, e a ânsia curiosa se transformava em poder; o elemento possui propriedades indiscutíveis para a utilidade humana. somente nas atenções iniciais constataram-se importâncias indispensáveis, e já conhecendo-o, impensáveis de não o conhecer. o primordial é que poderia ser a sustentação amplificadora para remédios, tratamentos e equipamentos médicos no combate à doenças e pragas epidêmicas do porvir, que sem dúvidas sabia-se agora que viriam. até que se propagassem, porém, o elemento e sua gama eclética de qualidades seria incluído nas tecnologias do cotidiano, como as militares, automobilísticas, e com maior esforço, nas telecomunicações. tudo em sua devida data, claro. em pouco tempo - poucos anos - o conhecimento elementar da novidade seria concreto, todos o sabem, e nos mais recentes planetários, estudos espaciais e mapas do universo, já se pode perceber a inclusão de Útirips, aguardando o benefício de sua presença.