No quarto

No quarto

Por que não tendo explicação resta se entregar aos devaneios, confinar a vida no quarto escuro sem nunca encontrar as respostas que de todo jeito não contentaria as interrogações.

Enquanto isso, todos estavam se preparando para encontrar seus amigos, alguém no meio deles estava ansioso por dentro, omisso, vivendo o coletivo sem querer.

A vontade de viver, quanto tanto o amor não é um sentimento que se coloque dentro do peito. Ou que se diga; é esta vida que escolhi e que gosto, esta pessoa aqui é a que irei amar de agora em diante, com ela serei muito feliz, viajaremos pelo mundo entrelaçados corpo e alma em uma só vida... não é assim na prática, a vida é de desencontros.

A mão pegava o pincel com uma certeza do resultado satisfatório, havia dentro um ardente desejo de não deixar o desenho apenas no esboço, iria desenhar o lago do alvorecer, algumas gaivotas sobrevoando, nuvens manchadas predominando, rasgadas pelo sol que ainda bocejava preguiçoso, atualmente no instante amanhece, esse era o único jeito que achava para esquecer que era um ser morto vivo.

Não dava para negar que a noite estava bonita, ao longe se ouvia a força da juventude falando alto, as gargalhadas prometia a noite cheia de aventura.

O que fazia brilhar na penumbra, era a luz que entrava pelas frechas da antiga janela, entre o sono estava o desejo de permanecer sobrevivendo para ouvir sofrendo a serenata, que nesta noite iria acontecer, sonharia ouvindo aquela voz no ímpeto do amor que não era para ela, nem a serenata nem seu amor.

Patricia Iracema
Enviado por Patricia Iracema em 28/01/2018
Código do texto: T6238306
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