Patrimônio do Maratá.
2Q==


O Patrimônio do Maratá, no Município de Pires do Rio, Goiás, já foi povoado, até a década de 70. Alí, existia Escola, Bar e Armazém, Igreja Católica, Cemitério. O Bar e Armazém, era do meu Padrinho João Silva (in memorian), que também era chamado de Prefeito. A minha madrinha, Izaira (in memorian), era a Professora da Escola primária. Inclusive, Minha mãe, Carmelita e meu pai João Teodoro (in memorian), estudaram ali.
Hoje, só existe a Igreja, o Cemitério, um Salão de festas e a casa do Zelador.
O Patrimônio do Maratá, ficava dentro da Fazenda de meu Avô materno, José Machado (in memorian). Hoje a área é da Igreja Católica.
Quando me mudei para a cidade de Pires do Rio, em 1969, para iniciar meus estudos, já não havia mais a Escola do Maratá.
Minha infância foi maravilhosa, alí no Patrimônio, pois eu morava, alí pertinho, na Fazenda Serra dos Correias, do meu Avô paterno Joaquim Teodoro de Resende (in memorian).
Eu e meu pai, sempre passávamos pelo Patrimônio, de Carroça, levando creme de leite, para vender, em Pires do Rio.
Parávamos, alí no Armazém do meu padrinho, que tinha um balcão de madeira, da minha altura. E alí, com o nariz no balcão, eu sentia um cheiro forte, de pinga ou aguardente, derramados ali.
Meu padrinho, me oferecia uma garrafinha de guaraná, morno, que saia até espuma, pois não tinha geladeira. Era uma Delícia!
Em frente ao Armazém, tinha um tronco de madeira alto, para amarrar os cavalos dos clientes, enquanto estavam alí, comprando na Venda ou Armazem.
Em relação ao Cemitério, temos fatos interessantes:
Minha avó materna está enterrada ali. Ela morreu com 40 anos de idade, mas não existe a identificação do túmulo dela.
Os antigos, diziam que muitas pessoas foram enterradas ali, com dentes de ouro; com isso, algum ladrão, revirava algum corpo, procurando o metal. E pelo odor, algum tatú, entrava no Cemitério, a procura de comida.
Triste, pois hoje só existem poucos túmulos, identificados.
Nossa Igreja, a Capela de São Sebastião, era pequena e realizava missas aos domingos. Depois da missa, as pessoas ali da roça, se reuniam para conversar, fazer negócios entre si e comprar no Armazém.
Uma vez por ano, tinha a Festa em Louvor a São Sebastião, com missa, procissão, fogueira de lenha, Festa no Ranchão de palhas de baguaçu, com bingos e dança com Sanfona.
As missas só foram interrompidas, na década de 80, porque a Igreja estava em ruinas e abandonada. E nesse tempo, a enorme estátua de São Sebastião, foi roubada e retirada da Igreja. A denúncia foi feita através do Jornal do Sudeste, pela minha prima Divina de Queiroz.
Com a recuperação do prédio da Igreja e da estátua, pela comunidade, as missas voltaram a serem realizadas e também construiram uma casa para abrigar o zelador, no local.
A festa de São Sebastião, no Patrimônio, é tradição até hoje, com escolha de Festeiros, em todos os anos.
Eu sempre contribui financeiramente, para a Festa e também fiz várias músicas em homenagem a São Sebastião, quais são tocadas nas festas e nas rádios de Pires do Rio, até hoje. 
 
Jaime Teodoro
Enviado por Jaime Teodoro em 16/01/2018
Reeditado em 05/02/2019
Código do texto: T6227591
Classificação de conteúdo: seguro