O Poema de Sangue
E a cor de vermelho sangue na verdade era sangue de fato. Então ao ver que a tinta havia acabado e não havia mais onde mergulhar a pena para escrever. O poeta em um surto psicótico, pegou fortemente a pena. E depois de fitar os seus próprios olhos no seu próprio braço esquerdo. Com uma expressão tão perturbada, ele simplesmente feriu a se próprio. Cravando a pena no próprio braço esquerdo.
Enquanto resistia a uma dor aguda, o sangue escorria por seu braço. Uma dor cuja tal se semelhava a de vários ferrões de abelhas, em um único local do corpo. Então para não perder tempo usou o próprio sangue fresco, escorrendo do seu braço, para terminar o poema. Chamado:
“Dor Amor e Sangue
Se a morte não temo mais,
o que me resta para temer?
Se não o fato de uma vida
longa e solitária longe de
minha amada morta.
E toda dor que carrego
me serve de um peso
incomensurável de angústia.
E me vejo aqui ao longe de
tudo, cuja a única alegria a
me alegar.
São os cantos dos pássaros
lá fora e a beleza da aurora.
Além do belo jardim lá fora
e as árvores a balançar
também lá fora.
E as horas passando com o
tempo ao observar o ritmo
do vento.
Mas a tristeza a de vim e
na minha porta a bater.
E então a tomar conta de mim.
Então nessas horas e nesses
momentos, me vejo mergulhado
em dor, sangue e amor.
Além da saudade da minha
amada flor.
Me fazendo lembrar que nada
me trazia mais graças e
alegria do que ela.
Seu jeito puro de ser, seu riso,
teu canto e sua belíssima voz.
E tudo mais que a saudade me
faz lembrar e eternamente
amar.
Numa mistura doce e amarga
de dor e prazer.
Então como esquecer do teu
belíssimo olhar? que eu a de
para sempre amar. Assinado: Pedro José
para minha amada, Elisa. Ano 1886.”
E a sim que terminou o poema o poeta se dirigiu a onde estava os curativos e pegou algumas coisas como uma gaze. Um tecido usado normalmente na medicina, para enfaixar algum tipo de lesão corporal. Então depois o poeta mesmo que na loucura e perturbado. Ainda a sim consciente enfaixou o próprio braço. Pegou um pouco de café e voltou meio que mórbido ou pálido, para o seu quarto.
E ao segurar a fria maçanete, meia que com a pintura desgastada, a porta de madeira solida. Firme, cuja as dobradiças enferrujadas, fazia um certo barulho ao abrir e fechar a porta. Como se algo estivesse rangendo os dentes de uma forma agonizante e perturbadora. Que dava uma sensação de agonia interna, vinda direta do fundo da alma.
Então abriu a porta e foi ater o poema, cujo tal ele olhava com uma expressão de satisfação e de dever cumprido. E do lado notou-se ele, através do vidro da janela, lá do alto do quarto, enquanto segurava o copo quente de café com as duas mãos. Que via sua amada brincando, entretida e risonha entre as flores daquele belo Jardim. Então desceu correndo pela escada, abrindo a porta da sala, indo direto para fora. E foi correndo ater o jardim, cujo a miragem da sua amada, continuava a brincar risonha e feliz.
Correndo ele foi ater lá gritando o nome de sua amada: “Elisa! Elisa! Elisa!” Que no meio de tantas flores se perdia, sumindo das vistas e dos olhos do poeta. Desaparecendo bem no meio das rosas vermelhas, que no lugar onde ela sumiu, uma rosa sublime se abriu. Era linda e mais bela que as outras, então o poeta passou a cultiva com todo seu amor em todos os dias, aquela belíssima flor, que lembrava tanto o seu eterno amor.