Como a Sua Mente e os Seus Sentimentos Moldam a sua Realidade Mesmo Aqui, E como o Temor Restringe Uma Experiência de Vida Mais Completa e Espontânea.

Você sempre viveu uma realidade interior. O mundo como você o vê não é o mesmo mundo que outra pessoa vê. Mesmo se esse alguém vive ao seu lado, compartilhando do mesmo teto e da mesma casa. Sempre dissemos que você cria a sua realidade. Alguns pensam que isso se aplica após a morte, mas aqui mesmo, enquanto "vivo", é você quem cria o seu mundo.

Se você pudesse voltar no tempo hoje, para uma época que guarda com carinho em seu coração, e ver com os olhos de hoje a sua realidade anterior naquele tempo, vai descobrir assombrado, que muitas das lembranças atuais, foram adulteradas por você, pelo seu coração, pelos seus sentimentos, e claro, por sua mente. Você verá, por exemplo, que a sua casa não era tão grande como se lembrava, que as cores da parede não era tão bonita ou vibrante. Que os seus colegas que vinham brincar com você não eram tantos, ou tão legais, como você imaginou que fossem. Ao ver com os olhos de agora, longe da inocência e dos encantos que serviam como lentes diante dos seus olhos, vai encontrar abismado, outra realidade, quase outro mundo. Seria uma boa prova que a sua realidade não é objetiva, mas alterada pelas lentes que você mesmo usa, de acordo com o seu estado mental ou espiritual. Aquele brinquedo não era tão legal, ou sua rua não era tão animada, ou ainda, aquele filme não era tão bacana como pensou que fosse. Isso não se aplica apenas à infância, mas em todos os períodos da vida humana, pois a sua visão de mundo muda de tempos em tempos.

Isso demonstra que os aspectos da vida prática tem pouca importância, ou mesmo poucos efeitos. O que importa mesmo é a impressão e a experiência que se traz deles. Como se diz por ai, que importância faz daqui cem anos se você foi rico ou pobre?

Alguns me dizem que pretendo transformar todos em hippies despreocupados e negligentes. Mas lembro a todos que hippies são apenas seres humanos numa reação inconsciente de equilíbrio sistemático. Pois eles são a antítese do sistema capitalista tecnológico, e como já mencionado em outros textos, a espécie humana vive picos e vales de um gráfico de onde, tentando sempre equilibrar a experiência. Sempre existiram ideias e comportamentos opostos. Isso equilibra as coisas por aqui. O mundo, ou a sua realidade, não foi projetada para ser monótona. Isso seria um "suicídio" da consciência. Você poderia imagina como seria um mundo onde todos fossem clones exatos um do outro, repetissem o mesmo comportamento, todas as ruas e cidades fossem exatamente iguais, o clima sempre o mesmo, as cores sempre as mesmas?... Tente imaginar isso aí.

Vocês deveriam era sim, celebrar as diferenças, elas colorem a sua realidade, enchem ela de dinâmica, inovação e surpresas. E aí entramos no segundo tópico, o medo como agente redutor da experiência.

Por temerem o que é diferente, vocês limitam a experiência. Deveria ser ao contrário, a experiência deveria ser a mais ampla possível. O medo é uma defesa do seu ego, lembra-se, ele quer controlar...

As suas filosofias restringem a sua criatividade. Mesmo a sua religião organizada. Se você observar, a religião organizada foi criada por governantes, tanto no ocidente quanto no oriente. A religião organizada serviu para justificar o poder deles, tornando-os deuses ou reis com a benção dos céus. E como todo bom império e exército, nada melhor do que controlar os outros senão incutindo-lhes medo e preconceitos.

Agora, claro, conselhos assim possivelmente partiriam de um demônio, não? Se nós disséssemos que a sexualidade não é um pecado, e que o prazer carnal é uma forma sublime de existência, algum religioso possivelmente iria torcer a cara. Mas, se você observar o seu corpo, tudo nele foi projetado e clama pelo sexo e prazer. Nos cultos antigos, antes dos sacerdotes, o sexo era sagrado, afinal, você veio dele. A sua civilização atual é que é hipócrita e finge que ele não existe, relegando-o a quatro paredes, como se lá tudo se justificasse, como fez a Deus em seus templos. Mas, na verdade, a civilização não apenas é sexualizada, como também é devassa. Mas isso tudo porque a sexualidade fora negada e reprimida, e uma represa quando segura muita água se rompe devastadoramente. Se a sua sexualidade fosse mais espontânea e natural, sem insinuações e repressões, brevemente o sexo iria perder esse furor todo, não ia ter tanta "graça", ia cair no sentido natural das coisas, e a taxa de natalidade iria cair normalmente a níveis naturais, as taxas de estupro iriam a zero, a sexualização precoce das pessoas também. Tudo se regularia naturalmente. Se tivessem esclarecido as pessoas na idade média, de que a peste negra era decorrência da falta de um simples banho e higienização, e não um castigo por um pecado mortal, milhões de vidas teriam sido poupadas. Mas temos ai um exemplo clássico do mal causado pela ignorância.

Ter medo restringe a sua experiência e criatividade. Algumas pessoas temem revelar certos segredo com medo de a civilização tecnológica capitalista perder o seu sentido de engrenagem, pois quem não se sentir oprimido também não se sentirá obrigado a girar a engrenagem criando bens de consumo, o que por sua vez, geraria dinheiro e impulsionaria a sociedade moderna. Mas, voltando aos hippies, a espontaneidade deles não retiraram a sua criatividade. Ao contrário, quanto mais livre uma consciência é, mais criativa e espontânea ela se faz. De pessoas assim vieram as mais lindas composições, as mais revolucionárias obras de arte, de literatura e mesmo ciência. De pessoas despreocupadas, espontâneas e sem temores.

Sua civilização é melhor, quando cresce nesse sentido. Vocês foram mais longe e descobriram mais coisas, nesse espaço provável de desenvolvimento.

Se você soubesse o que sei hoje, acerca da existência, você viveria vidas mais aventurosas. Mais alegres e leves. Não se preocuparia com a morte - já morri tantas vezes, que perdi a conta - seria mais tolerante consigo mesmo e com os outros. Agora, como dito um texto antes, ser espontâneo e alegre não significa ser inconsequente. Você tem responsabilidades para com aqueles que dividem essa realidade com você. A sua espontaneidade deverá vir coroada com a criatividade e com o conhecimento, ambos trazem luz e varrem a ignorância, motivo, como já sabemos, do mal que experimentam. Isso então levaria a sua civilização a outro patamar, um no qual a sua felicidade e a felicidade do outro seria igualmente valorizada. A diversidade seria celebrada e mesmo estimulada. Por que você teme coisas demais. Mas deveria temer apenas uma. Você mesmo!

London
Enviado por London em 22/12/2017
Reeditado em 17/05/2018
Código do texto: T6205392
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