Socorro

As 18 horas é a hora do medo, não sei porquê. Uma neblina tomava o tempo, a escuridão já estava batendo ponto e a rua estava deserta; pouco se via de longe. Uma mulher caminhava apressada neste cenário de filme de terror, parecia preocupada, pois sentia que um assalto poderia ser iminente. De repente percebe algo vindo em sua direção, não dava para saber ao certo do que se travava, mas inferiu que seria uma pessoa. Mais uns passos e ela percebeu que realmente era uma pessoa, e do sexo masculino pelo jeito que andava. Trajava um sobretudo, boné,

tênis. Parou em frente a mulher, falou:

— Preciso de uma informação. — a mulher estava visivelmente amedrontada, baixou a cabeça.

— Moça, você pode me dar uma informação? — Disse sem obter resposta. — Bradou: — Qual o seu nome, pelo menos?

— Socorro. — Disse bradando a mulher.

— Calma moça, não vou lhe fazer nada — Disse baixinho. — Só quero saber seu nome — Bradou.

— Socorro — repetiu em voz alta.

O homem saiu correndo desesperado virando na próxima esquina. Uma porta se abriu, era o marido da mulher. Ela foi até ele, que lhe disse:

— O que aconteceu que você estava gritando?

A mulher nem deu bola, entrou na casa e começou a procurar algo. Achei, disse sorrindo e colocando a tal coisa no ouvido. O marido repetiu a pergunta:

— Amor, fiz uma pergunta a você: o que aconteceu que você estava gritando na rua?

— Ah, sim, desculpa, estava sem meu aparelho que me ajuda a ouvir melhor. Pois é, um homem estava me perguntando o meu nome, falei duas vezes, mas acho que ele era meio surdo e doido, pois do nada saiu correndo.

— Cada uma que acontece, né, Socorro!?