CASAMENTO INSENSATO

Era uma jovem que sonhava com a vida, namorava sem compromisso. Foi adotada pelos seus padrinhos, senhores, severos, mas que o amavam muito. Sua mãe havia deixado lá para adoção, pois tinha sido obrigada pela família a desfazer-se daquela recém-nascida, escândalo na época, pois, ela era mãe solteira.

Bem, ali cresceu Bárbara, sapeca e escandalosa, não engolia certos padrões. Mudava muitas vezes os planos do seu percurso. Namorava e dispensava quando bem lhe achasse conveniente, não se apegava a paixão nenhuma.

Certa vez, estava namorando um rapaz que foi a sua “perdição”, já estava com dezoito anos e sua madrinha achava que já era tempo de casar-se.

_Mas eu não gosto dele, dizia ela. Tenho outros sonhos.

Quando sua irmã Mirian, já casada estava de viagem para São Paulo. Bárbara enlouquece, quer acabar o noivado para viajar com a irmã, era seu sonho, conhecer outro Estado, também ter outra vida. Não era aquela que ela queria, não era casar-se e ficar naquele mundinho da qual foi educada.

Não, não era possível, o casamento também já estava marcado.

Ela disse: _Por isso não, não me importo com casamento, quero ir embora.

Que nada, a lei dali era casamento.

Bárbara casa-se, quase que forçada, não amava Sílvio, era ridículo aquele casamento. Mas cumpriu a lei imposta pelos seus pais adotivos.

Casou-se e tiveram três filhos.

Foi um casamento sem sucesso, apesar de terem três filhos, brigavam demais. Ela queria a liberdade que sempre almejou o que claro, o marido não permitia.

Depois dos filhos mais crescidos ela resolve trabalhar mesmo contra a vontade do marido.

Se o casamento era um fracasso, a coisa ficou mais feia. Eles brigavam todos os dias, nenhum dos dois cedia e se separam.

Os três filhos ainda menores de idade ficaram com ela. A mãe era essencial para eles.

Batalhava para sustentar os filhos, pois ele não dava pensão. Mãe de pulso firme e filhos obedientes.

Criou-os e educou-os para a vida. Mas nunca os desestimulou a não amar o pai.

Ainda tentou vários relacionamentos, mas não se apegou a pessoa alguma. Era o sonho da liberdade.

Sempre quis ser inteiramente dona do seu nariz.

Foi quando depois de dá várias cabeçadas na vida, com alguns amantes sem muito sucesso, que Bárbara conhece Delfonson, um malandro separado da mulher, sabe-se lá por quê. Ele dizendo-se apaixonado e ela também, vão morar juntos.

Quando Delfonson percebe que ganhou a confiança de Bárbara, a induz a vender o único bem que ela tinha a sua própria casa.

_ Venda que vou comprar outra em um bairro melhor para você. Diz ele.

Ela vende e ele, muito esperto coloca todo dinheiro da casa na sua conta bancária.

Fica ela sem casa e sem sossego. Foi a partir deste dia que ele começa a mostrar o verdadeiro homem que ele é.

Inferniza a vida dela o tempo todo com ameaças e às vezes até violento em alguns momentos também usa agressões verbais. Mas Bárbara, não se abate.

E foi em um desses dias, acreditando que ele seria o vencedor e assina um papel de união estável com ela, dando-lhe direito a sua pensão em caso de morte.

Ele não se cansava de humilhá-la e nem ela de mostrar a ele que seria a vencedora e não arredava o pé daquele ambiente infernal.

Pedia a Deus todos os dias para lhe dá força para vencer a batalha, que não estava fácil.

Certo dia Delfonson passa mal e pede que ela o ajude, apesar de tudo que passava com aquele homem, ela não o nega socorro. Começa a cuidar dele a partir daquele momento, depois de dá-lhe um banho o leva para o hospital que é atendido imediatamente, pois tudo indicaria que era grave. Fica lá o tempo suficiente para receber a noticia que ele havia entrado em óbito.

Tranquilamente Bárbara liga para a filha dele comunicando o fato. Que vem imediatamente.

Naquele momento ela dá um suspiro de alívio, pois sabia que seu sofrimento teria chegado ao fim.

Depois do sepultamente, ela liga para seu advogado para saber quais os seus direitos, afinal foram quinze anos de angústia e sofrimento ao lado daquele homem.

Por essa Delfonson não esperava, partiu deixando toda sua gorda pensão para Bárbara.

Marlene Rayo de Sol
Enviado por Marlene Rayo de Sol em 31/08/2017
Reeditado em 28/06/2018
Código do texto: T6100630
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