Nostalgia Autônoma.
A voz ecoava dominante, açoitada a energia se resguardava e o vento soltava rumores loucos; acompanhados de solidão. A angústia perdida havia chegado à sua porta. Tamanho era o seu desespero habitual, correr já não podia, pois em razões variadas de tentar solucionar as desavenças; dava formas as mentiras que penetrando em um mundo sombrio deixava descontente as finalidades outrora desejadas. Destarte, todo esse arsenal concorria com os atos irresponsáveis que muitas vezes a transformava em uma criatura má.
Os fantasmas revolucionando o passado andavam também livremente por entre o presente, afugentando o futuro, apanhando-a desanimada e tonta; diante das insatisfações oferecidas pelo horror de viver no cenário próprio do desamor.
Caneta e papel em punho, um novo horizonte nascia em volta ao assombro sentido nos momentos anteriores. Girando ao seu redor a escuridão diminuía, suavizando cada vez que surgia uma palavra ou uma frase. O ponto na última linha amanhecia o dia, trazendo toda a certeza clara, vivida por Alberto Caeiro. “ Tudo isso é absolutamente independente da minha vontade.” (A Espantosa Realidade das Cousas).
Sobretudo, o amor reaparecia arraigando cores deslumbrantes, convidando os sonhos para outra viagem sem passaporte. E mais uma vez, lá vai Leica, olhar para uma pedra que não sente nada e gostar dela por isso (como fez Fernando Pessoa).