Mitologia Imaginária

...ela sempre finge que está,

mas nunca está.

E a história

o livro

acabariam assim im im im im im

Não teria milhões de personagens ,

pessoas , grandes agitos-

Ela , metida em sua calça jeans

emergia da terra ,como se outrora

fosse duende

como se a grande marca

fosse realmente um eme

Segurava a jaqueta nas costas com uma das mãos

andava forte , firme ..tão leve..

Ela tem cheiro de mato

um sorriso largo

a mão direita no bolso

...a blusa preta

a temperatura quente

muito quente

Emergia assim do mato , de dentro da montanha

como se ao término do chá...

um grande beijo no ar

lançava para tudo o seu olhar

uma poesia , frases

algumas palavras , poucas palavras

Umedecia os lábios...

" será que é assim que termina essa historinha..."

Como um grande clássico... mágico

um cachorro , uma praça , um vale

e o passeio se deu nas entranhas daquele morro..

suspiros ,bocejos

todos os cenários que o verde pôde sugerir

caminhos , pedras, cachoeiras... buscar o sol

morro acima - o pôr - as cores

ela subiu , subiu nas encostas , nos barrancos

as cores , aquelas florzinhas do mato... tão lilases..

O sol ... lá em baixo ...

A mata fechava , guardando serenamente seus segredos

" anões , cogumelos , gnomos"

Depois das pedras , ela levanta a cabeça...

haii .. arraii .. aaarraaii...

grandes teias , teias enorrrrrrrrmessssssss

lindas aranhas enormes... listas..

tão místicas , enigmáticas teias,

até lembravam sereias - " lagartos secando ao sol "

E como quem faz amor com a terra

ela trazia nos olhos o desejo de ficar ,

voltar à terra e morrer em paz

Sensualmente orvalhada

de grama , luar e karma

Essa menina não diz nada ,

apenas olha e se instala

espreguiça o corpo e embala

aos pés do vale .. as viagens..

Passa pelos lugares , incendeia os olhares..

"tenho que conseguir segurar ,

a cabeça vai embora , deixa o corpo por estar"

Pensava na vida pós morte , não via a hora de se mudar

Compreendia as cores , os nomes , as sortes..

Tinha aos pés - as trilhas , caças , estradas

não conseguia parar

Algo muito forte , que de dentro saía em acordes

e o sol parecia mais ainda brilhar..

Seu amigo de sempre -o vento

gostava de seu pelo despentear

e ela dançava - como dançava

pelos quadros , poesias , pássaros

gemia ao menor compaço,lembra daquele caso..

Lembranças serenas , pequenos colapços

Muito vinho, um doce espaço

uma casinha na montanha , de madeira , sutilmente rústica

muitos bichos , boa música.. suas cores

Brinca com a forma ... dita

um seguimento surrealmente concreto

com palhaços ,bonecos e árvores

correr até o rio.. ver de perto

sentar na grama , deitar na grama , sorrir para a grama

As nuvens se abrem.. a lua aponta.. num longo brilho

em peixes..

mutações coloridas enigmáticas

parecem contar metáforas.

..

02-06-1.987

Fernanda Quinto
Enviado por Fernanda Quinto em 10/08/2017
Reeditado em 14/12/2023
Código do texto: T6080245
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