PROIBIÇÕES
1---Doutor Assis (advogado pela UFPE) ou Chatô (na intimidade) ou ASSIS CHATEUBRIAMD (empresário) era uma figura ‘quase’ folclórica na estória do jornalismo brasileiro. Aconteciam com ele coisas terribilíssimas, ao mesmo tempo genial e maquiavélico, ou divertidíssimas, escrevia a lápis, nada de datilografia. --- Ouvi de ultra descendente do motorista particular: carro velhíssimo e maltratado para confundir inimigos e perseguidores. Época de rivalidade normal-e-comercial entre os três maiores jornais do Rio de Janeiro, dizia-se que um bombardearia o outro, incendiaria etc. etc. etc. Entre ser verdade ou boato, melhor barbas de molho, precaução, sobreaviso, “caldo-de-galinha-velha(=experimentada)-alimenta-e-não-mata-ningém”......... Ele mandou uma circular - NINGUÉM entrando na redação no horário da madrugada! Emocionante para os jornalistas saídos de bares verem o jornal nascer ‘quentinho’ do linotipo para o caminhão e as ruas... “Eu escrevi isto e vai ser lido agora!” Agora?! Chatô foi também para O Jornal, queria espiar lá dentro, na oficina... Quem disse que entrou?
Ele (posudo, na calçada): “Quero entrar. Sou o patrão!!!” / Porteiro (também paraibano e que usava traje regional): “Meu patrão é Deus.” / Ele: “Sou o Chateaubriand.” / Porteiro (esperto, conhecia o ABC de cordel): “Escritor francês ressuscitando?” / Ele (exigindo no grito.) “Abra. Quero entrar... Estou mandando. (Repetiu.) Sou Chateaubriand.” / Porteiro: “E eu sou Napoleão.” (*E fez o clássico gesto de mão direita por dentro do colete de couro bruto.) --- NÃO ENTROU. --- Dizem que /é possível/, ao amanhecer, aumentinho de ordenado para o porteiro que jamais vira o patrão antes.........
2---Clube na zona oeste do Rio de Janeiro, bairro Campo Grande, muitos anos depois e desconhecendo a ‘lenda’ precedente. Idem ibidem. Muito vandalismo de pichação na época e roubo de instrumentos musicais. Proibição verbal - NINGUÉM após 22 horas, dia comum sem ser de baile, festa ou show. Administrador falou, está falado! Aí, administrador esquecera no clube um guarda-chuva, presente de aniversário que a esposa braba dera a ele (ai que abrigasse uma loura!)... Ordem é para ser obedecida. “O senhor sempre diz: ordem é progresso.” Ninguém... nem o próprio. --- NÃO ENTROU.
NOTA DO AUTOR:
*Pesquisa. Pose aristocrática bastante comum já encontrada em fotos de lordes ingleses desde o século XVII.
F I M