A NOBRE MONARCA

Há muito tempo, habitava em uma terra distante, uma princesa. Um dia, uma serva muito fofoqueira e malvada espalhou para todos os cantos e vilas, que a princesa tinha poucos amigos, porque ninguém gostava da monarca.

Descobrindo os boatos, a princesa pediu para que todos os seus súditos se reunissem, pois ela queria lhes falar.

Então, no dia desta reunião, a princesa chamou três de seus servos, e começou a perguntar-lhes.

Primeiro ela se dirigiu a serva que ela gostava muito, e que a admiração era recíproca:

-Você gosta de mim, querida serva?

- Sim, princesa, eu gosto de você!

Depois a princesa se dirigiu a outro servo, muito educado e que sempre havia tratado ela bem:

-Você gosta de mim, meu servo simpático?

- Sim, princesa, eu gosto de você!

Depois, a princesa se dirigiu a serva fofoqueira e repetiu a pergunta:

-Você gosta de mim, minha serva?

-Sim, minha cara monarca, você é a mais bela de todas as princesas que já houveram neste reino!

A princesa então, mudou as perguntas, e falou a sua serva querida:

-Por que você acha que não ando tendo tantos amigos, minha cara?

- Talvez porque a senhora seja sempre verdadeira, e prefira ficar no seu canto.

A princesa se dirigiu ao seu servo educado:

-Por que você acha que não ando tendo tantos amigos, meu caro?

- A princesa não gosta de jogar conversas fora e nem de falar mal de ninguém, deve ser isso.

Então a princesa perguntou a serva fofoqueira:

- Por que as pessoas não desejam minha amizade, caríssima?

- Porque a senhora é muito bonita e voraz, as pessoas têm inveja! Mas todas querem sua amizade.

A princesa fez a última pergunta, direcionada para a serva que não gostava dela:

- Eu sou uma boa amiga, minha serva?

- A melhor de todas, sem nenhuma dúvida, minha majestosa!

Percebendo então, as respostas dadas por cada um dos seus servos, a princesa voltou-se aos seus súditos e deixou sua lição:

- Não queiram aqueles que os bajulem ao seu lado, pois como puderam perceber, aqueles que possuem sentimentos verdadeiros para com vocês,os demonstram através do mínimo e não do majestoso. Eu talvez não detenha muitos amigos, pois quero apenas os bons ao meu lado.

Envergonhada e arrependida pelo que fez, a serva fofoqueira pediu desculpas a princesa, que vendo o arrependimento nos olhos dela, a perdoou.