Tião deu um passo à frente
Cabreiro, disse...
“ôôh, minha gente...”...
 Anete pegou O Facão
Que tava estirado no chão
 Sua menina, sua Nina, atrás chorosa
puxava a barra da sua saia
um tanto avexada, um tanto ansiosa
Se encolhendo de medo, repetindo um tanto quanto
com palavras indecisas, preces imprecisas, tentando lembrar
daquelas missas que nem fores
Tião carregava consigo
a maldade de um coração
velho, cachaceiro, forte, indignado, indigno de qualquer atração
Violador de moças solteiras
monte de cocô
filhote bastardo do cão
Tantas na vila o desejavam morto e de pé junto
Mas vaso morto
é que nem pedra de cristal
É que nem toco de dedo morto...
“Êêh..., gente que sempre volta...”.
Suspirava o cachaceiro, na ruela, perto de onde vende pão
Ameaçou sua menininha, o tinhoso Tião
Inocente que nem ela, na vila não tinha não...
Então Anete deu um passo à frente
Anete pegou o facão
O homem se atirou agressivo
Na tentativa de um safanão
Mas teve mesmo foi um corte profundo
bem no meio da barriga, pertinho do imbigo
E afinal caído ao chão
Acabou-se com o que nem mesmo era doce
“Você num é o tal, Homem
Preste atenção que vou dizer...
Homem não é bom... Só de ter as força dos musculo
pra agarrar as moça que é de igreja, que é de família.”.
“Você não é o tal, Homem
homem tu, que não é bom homem
Você é dos que foge, martrata... Bate
E que não arreda o pé, tinhoso que sempre é
Se as mulé não fizé
As coisa tudo que ocê qué.”
“Você não é o tal, Homem
É um menino que não levou surra de cinto
Lapeada nas costa, de chinelo..., ou com vara de tirar caju...
Chibatada de folha de cansanção..., porrada de cabo de vassoura...
Madeirite de construção...”
Anette agarrou sua menina Nina
Deu uma cusparada no morto
Deu uma cusparada no chão
e saiu dali sob aplausos.