Vidas Entrelaçadas...

Três almas resignadas davam vida àquele pardieiro.

Havia um corredor sem janelas, numa fenda permeava

luz solar que morria a poucos passos na escuridão.

A mãe saía cedo pra trabalhar e os dois anjos brincavam,

vez por outra sentiam falta da presença da mãe.

No entardecer os três corações se uniam num profundo amor, o fogão de lenha com suas labaredas crepitavam e amenizavam o viver daqueles espíritos em redenção.

A mãe ficava numa agonia quando faltavam alimentos, pois o fogão apagado significava a fome e a humilhação.

Aquelas vidas entrelaçadas silenciavam e sentiam as agruras da vida, pois a jovem mulher temia a fome dos filhos e suas consequências.

Para matar a fome, a mãe colocava açúcar na boca e sentia o amargor de sua vida miserável.

Para seus dois filhos repartia o pão que comprava com seu parco dinheiro.

O tempo que tudo profetiza já ia tecendo uma vida digna.

Com o passar dos anos, o fantasma da fome foi afastado e o fogão de lenha passou a ter labaredas púrpuras todos os dias. O pardieiro ficou só na memória daquelas vidas entrelaçadas, restando o eterno agradecimento ao Pai.

magda crovador
Enviado por magda crovador em 05/07/2017
Reeditado em 05/07/2017
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