PEDRO. "SEM MEDO DE MORRE"...
     Pedro adentro a delegacia puto de raiva, mas no controle. Logo que entrou, acompanhado de seu advogado, ouviu de um colega de profissão, policial civil como ele, uma brincadeira de mau gosto, desejou explodir verbalmente, mas conteve-se. Lembrou-se do filme "44 minutes - The North Hollywood Shot-out" silenciou...
     Refletiu sobre os motivos pelas quais ele era tão perseguido, conformou-se, afinal, fez o que fez pois era a coisa certa a se fazer. Sem arrependimentos.
     Depois de uma longa espera cujo único propósito era minar sua psiquê, Ele sabia disso, Pedro foi chamado pelo delegado para que sua oitiva fosse tomada.
     Pedro entro, Pedro sentou calado e olhou o delegado nos olhos de forma profunda... Devolvendo a intimidação que recebera segundos atrás...
     O delegado, cheio de si, exercício de arrogância típico dos poderosos que nada podem perguntando sem sequem dar um bom dia:
     _ Pedro, e aí, o que você pode me contar sobre os fatos...
Pedro riu silenciosamente por dentro, riu como o demônio por dentro...
     _ Doutor, me faça a pergunta correta e eu lhe darei a resposta certa. Disparou...
     E Delegado nitidamente inquieto e irritado com a resposta precipitou-se pela primeira vez...
     _ E qual ou quais são as perguntas corretas Pedro?
     Pedro sorriu. Um sorriso frio, inexpressivo, e respondeu:
     _ Você é o delegado, deveria saber, leia o inquérito. Mas eu lhe darei uma dica... Se o Delegado deseja saber a verdade, saiba que metade de seus pares irão para a cadeia, juntamente com boa parte de político locais, ajudei Delegado?
     O Delegado calou. Olhou no fundo dos olhos de Pedro... Pedro notou e perguntou:
     O que você vê em meus olhos Delegado? Silêncio... "Não não é?" Completou Pedro.
     Doutor, o senhor deseja saber que tipo de homem eu sou em nome do que eu acredito, em nome da verdade que eu jurei proteger e vigiar? Doutor, se um homem mal estiver a minha esquerda, e a única maneira de detê-lo for atirando em minha cabeça minha têmpora direita Doutor, eu o farei. Morrei sem exitar, mas eliminarei o mal. Eu não temo a morte Doutor...
     _Doutor, você teme a morte?
     O Delegado sabia da inocência de Pedro, sempre soube. O Delegado no fundo, sentia-se incomodado em ter que ceder as pressões que vinha sofrendo para ajudar a perseguir e calar aquele policial. Teve vergonha de si, sentiu que não podia responder aquela pergunta moralmente tão forte...
     O delegado fez meia duzia de perguntas vazias e despediu-se de Pedro, um homem sem medo de morrer.
ELIZIO GUSTAVO MIRANDA DOS SANTOS
Enviado por ELIZIO GUSTAVO MIRANDA DOS SANTOS em 01/07/2017
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