O Cara, A Blusa, O Quarto (Perder sem Procurar):
O cara procura a blusa no quarto.
A blusa procura o quarto no cara.
O quarto procura o cara na blusa.
Quando todos se acham de um salto o cara deixa o quarto de lado e se encontra no ônibus com a blusa. Era difícil pro cara que tava com a blusa olhar nos olhos das pessoas que estavam no ônibus porque o cara tinha visto alguma coisa no quarto, alguma coisa que não saia de sua mente.
Quando o ônibus vai embora o cara que tava com a blusa fica num lugar e começa a andar. Na sua frente tinha dois outros caras andando calados e despreocupados com suas blusas, mas esses não tinham memorias que não saiam de suas cabeças de seus quartos porque os quartos desses caras que andavam a frente do primeiro cara que vestia a primeira blusa eram quartos desgraçados.
O cara vestindo uma blusa chega em seu destino e começa a comer. Quando termina de comer inventa outro destino, afinal um cara com uma blusa num pode ficar sem destino, avulso e perdido por aí. Entra no ônibus e se preocupa com as pessoas que estão ali. O cara que tava com a blusa não entende que o estado de consciência dele é selvagem de mais pras pessoas que estavam ali de pé ou sentada no ônibus. Ele queria demostrar sua tese e deitou no chão do ônibus. Ninguém olhou, ninguém riu, ninguém chorou. O cara que tava com a blusa deitado desdeitou. Ficou de pé ou se sentou, isso não importa, agora ele não era mais selvagem.
O destino do cara era o quarto e no quarto ele chegou. Tudo voltou pro começo, mas agora pelo avesso:
O quarto perdia o cara na blusa.
A blusa perdia o quarto no cara.
O cara perdia a blusa no quarto.