A volta
Os dias, já faziam algum tempo, vinham sendo para Adalgiza, um peso sem medida. Foi durante sua vida uma mulher de luta diária sem jamais desistir de seus objetivos. Conseguiu todos os bens com sacrifício e dedicação. Para quem ficasse que fizessem bom proveito. No auge de sua idade usufruiu de todas as coisas com discernimento. Sempre esteve consciente de que Deus dar o frio de acordo com o cobertor. Ela amou muito e jamais deixou de falar que o amor que recebeu foi proporcional ao seu merecimento espiritual e este em muito teria que ser corrigido. Naquela tarde de outono o friozinho gelado, que vinha do norte, indicava mudanças. Não era de hábito, mas ela tomou seu café antes das 18:00hs,o qual jamais dispensou, mesmo os médicos a proibido veemente! Sentiu que estava a lhe faltar as forças. . Sentou na cama macia, deu uma ajeitada no travesseiro esboçando um riso quase que imperceptível a não ser por alguém que a acompanhava em jornada desde os primeiros minutos de sua existência. Amigo de muitas vidas anteriores e agora mais uma vez ao lado dela nos últimos instantes terreno. Adalgiza sentiu a presença do amigo e fechou os olhos dizendo: Amigo, que sempre me acompanhou, agradeço sua paciência e dedicação. Vou deitar um pouco sinto-me sem ânimo. Mas peço que continue zelando meu sono como tantas vezes fez incansavelmente. Ao terminar respirou levemente e deitou--se adormecendo quase que de imediato. Ela não podia ver, porém seu amigo Juvenal, estava sentado na beirada da cama segurando em sua mão. Uma equipe de médicos e colaboradores deram início ao desligamento. Luzes de todas as cores faziam bailado sobre o corpo de Adalgiza. Seu semblante foi ficando sereno. As luzes antes fortes iam aos poucos apagando. Restou apenas um ponto luminoso branco sobre sua fonte. Num último suspiro Adalgiza deixa o plano terreno e nas primeiras horas do inverno, ela calmamente adentra no plano espiritual. Enfim, voltou pra casa!