Residência- parte 3

Residência

Parte 3

Simplesmente era tudo que eu mais queria naquele momento. O tempo ia correndo e cada vez mais me pressionando por dentro e por fora à espera de simplesmente ocorrer algo. Mas sei lá, não dá. Toda vez que penso ou tento o próximo passo algo por dentro me reprime.

Eu quero, eu me pressiono, os fatos me pressionam… no real tudo me leva à indecisa questão de abrir essa porta. Até sei que algo me espera, algo que talvez não seja a melhor coisa do mundo mas seja lá o que for buscar algo aqui. Porém olho para toda a casa e não vejo o menor valor assim oferecer. Se bem que alguns anos atrás eu enxergava tanta coisa, eu lhe valorizava. Todos os dias eu sair com meus colegas amando ficar na praça admirando sua localização, suas lindas cores vivas e o melhor ela poder ouvir o quanto nos colegas admirava. E o que eu fazia?

Colocava ela na frente do assunto, na frente dos amigos e na frente das residências alheias. Com o tempo eu não tinha mais amigos, porém nunca estava só. A vida foi me levando a consequência de meus atos, de repente me vi só sentado em um banco na praça. Passei a ver como errado ausência de meus colegas.

Qual o tempo tudo que restou foi canecas empoeiradas sujas de café, em certo tempo até minha ignorância foi se acabando. A chegada da realidade em minha vida foi importante, e foi naquela noite que me tornei o mais realista de mim mesmo. Eu que mal chegava minha casa a vi como realmente era, eu vivi e tudo me levou a me conhecer um pouco melhor.

No real nunca houve uma porta, não depois daquela noite. Pois não havia serventia uma porta onde ninguém entraria…

-Porque se deu o trabalho de entrar?

-Por que se dá ao trabalho de me procurar?

Não há motivos para entrar em um lugar onde qualquer um poderia entrar. Me acostumei já que ninguém nunca quis se dá o trabalho de entrar.

Na verdade você já entrou que faz bem um tempo, a questão é que por todo esse tempo falta ainda me encontrar...