NADA É PARA SEMPRE...



Enxuguei sua lágrima com um beijo e me despedi.
O ar frio da rua estreita me fez voltar à realidade.
Tínhamos um trato de amizade eterna, um pacto de não machucarmos um ao outro.
Respeitávamos a vida pessoal de cada um, embora "pintasse" vez ou outra, ciúmes, pontos de vista divergentes.
Mas nossa amizade era forte e superava tudo.
A sua voz era um bálsamo para qualquer decepção sofrida, incompreensões familiares e vice versa.
Já quase não nos víamos, a distância aumentava entre nós, mas o nosso elo nunca se partiu.
LÁGRIMAS? JAMAIS! Fazia parte do nosso pacto.
Recebi um chamado e parti.
O meu coração teimava em romper esse nosso trato. Sofria, não sei bem o porquê.
Chegando ao meu destino, lá estava ele: sempre caladão, seus Jeans surrados, cabeça raspada.
Sentiu minha presença e logo “de cara” vi que era uma despedida.
Poucas palavras, um diálogo breve. Mãos nas mãos. E ao me fitar vi lágrimas em seus olhos.
Era o fim... Nada é para sempre.
Beijei as suas lágrimas e me despedi.

GalBraga (Shanti\)
SSA/BA - 04/04/2017