4 DE ABRIL UM NAMORO QUE NUNCA EXISTIU
eis que defronto meu álibi para comigo, e, tão somente, comigo viver. dada o fim da ocasião, feita as objeções adversas, poupei-nos da crítica severa e fragilizei no silêncio um murmúrio. esvaziei os pulmões sufocados pela fumaça, tremi os lábios em movimentos falsos que traiam-me pela insensatez. fúria de uma supremacia arquejada pelo próprio ego. recorri ao silêncio para expor da forma mais brutal nossas intimidades. por ora o peso da injuria fez-nos calar diante tal situação. ademais, passávamos tempos inglórios, regando a mágoa que nos acercava. eis que daí ressurge o verme das entranhas e consome-nos. eis que a partir daquele tempo único, ressurge uma nova proposta de conviver. sabíamos ambos da nossa derrota enquanto ser. deixamos que o verme maldito dominasse a situação para que fossemos confortados pelo mal estar da razão. eis aqui um derrotado da palavra. se a deixar fluir para longe é claustrofóbico, me permito ceder à loucura. seu olhar buscou em mim um horizonte do qual, jamais procurei alcançar. ela me fez enxergar, a sua maneira, que a lua sozinha não faz luar;