A MENINA
Conto de:
Flávio Cavalcante
Conto de:
Flávio Cavalcante
Parece uma estória, mas como se trava de um enredo contado pelo meu amigo Rubens não posso jamais duvidar da veracidade do fato; pois o conheço há bastante tempo e sei muito da sua índole. Rubens detesta mentira e jamais falaria uma história como esta, se ele realmente não tivesse a certeza do fato.
Quando jovens costumávamos fazer algo bem diferenciado quando estávamos juntos. Aliás, as porcarias feitas na adolescência, deixa bem claro que cabeça de menino e bunda de adolescentes a gente não imagina o que pode sair.
Eu e Rubens temos muitas histórias para contar daquela época que marcou as nossas vidas e hoje o que temos de outrora é uma sensação de uma gostosa saudade que jamais irão voltar. Por isso que afirmo que o conheço piamente e tenho orgulho de dizer que ainda faço parte do convívio desta amizade que permanece até os dias de hoje.
Rubens tem um vizinho que trabalha num cemitério perto de sua cidade Natal e me contou um fato que eu fiquei realmente impressionado. Segundo ele, o amigo dito cujo gosta de tomar uns goles a mais de álcool para enfrentar o dia a dia de sua labuta, que é bastante cansativa, principalmente para encarar o trabalho duro dentro cemitério. Sua atividade é fazer o sepultamento de mortos, preparando desde a cova até a finalização e a ornamentação da lápide. Um trabalho que exige bastante arte e coragem para encarar as dores dos presentes no sepultamento.
Semana passada o dito coveiro cavou uma cova para enterrar uma garota de apenas doze anos de idade. A cova ficou um pouco rasa pelo fato do coveiro estar indisposto; pois, havia bebido além da conta durante o dia e ainda estava na base da ressaca do dia anterior e não estava se sentindo muito bem. A tarde estava bastante ensolarada e os preparativos para o sepultamento já estavam prontos, aguardando o corpo da jovem chegar até o local. Sentou num montante de terra ao lado do montante de solo cavado e acendeu um cigarro. Antes de queimar o tabaco até o final, finalmente chegou o cortejo com bastante gente. Ao descer o caixão no buraco, o beberrão jogou algumas pás de terra sobre o caixão, nivelou o montante de solo e se preparou para dar o acabamento. Os acompanhantes do cortejo foi se saindo de um a um deixando sozinho no local e o solitário coveiro ficou se preparando para continuar a sua tarefa depois fumar mais um cigarro.
O silêncio pairou no ar dentro daquele ambiente esquisito. Pensativo, olhando para o nada, o dito cujo ouviu um choro bem distante de criança e chamou a sua atenção porque era um choro constante. O que fez cair a ficha que se tratava da garotinha que o mesmo acabara de enterrar. Desesperado para ter a certeza, começou a sessão de tirar todo aquele amontoado de terra até chegar ao corpo da menina. Assim que finalmente conseguiu chegar no caixão, viu o braço da menina fora do caixão. Na agonia, ela conseguiu quebrar a tampa do caixão tentando sair, mas não obteve sucesso além disso. Faleceu sufocada ali mesmo no local. O trauma fez com que aquele coveiro abandonasse aquele vício da cachaça e nunca mais deixou o lugar da cova antes que tivesse a certeza de que o defunto estaria morto de fato.
Quando jovens costumávamos fazer algo bem diferenciado quando estávamos juntos. Aliás, as porcarias feitas na adolescência, deixa bem claro que cabeça de menino e bunda de adolescentes a gente não imagina o que pode sair.
Eu e Rubens temos muitas histórias para contar daquela época que marcou as nossas vidas e hoje o que temos de outrora é uma sensação de uma gostosa saudade que jamais irão voltar. Por isso que afirmo que o conheço piamente e tenho orgulho de dizer que ainda faço parte do convívio desta amizade que permanece até os dias de hoje.
Rubens tem um vizinho que trabalha num cemitério perto de sua cidade Natal e me contou um fato que eu fiquei realmente impressionado. Segundo ele, o amigo dito cujo gosta de tomar uns goles a mais de álcool para enfrentar o dia a dia de sua labuta, que é bastante cansativa, principalmente para encarar o trabalho duro dentro cemitério. Sua atividade é fazer o sepultamento de mortos, preparando desde a cova até a finalização e a ornamentação da lápide. Um trabalho que exige bastante arte e coragem para encarar as dores dos presentes no sepultamento.
Semana passada o dito coveiro cavou uma cova para enterrar uma garota de apenas doze anos de idade. A cova ficou um pouco rasa pelo fato do coveiro estar indisposto; pois, havia bebido além da conta durante o dia e ainda estava na base da ressaca do dia anterior e não estava se sentindo muito bem. A tarde estava bastante ensolarada e os preparativos para o sepultamento já estavam prontos, aguardando o corpo da jovem chegar até o local. Sentou num montante de terra ao lado do montante de solo cavado e acendeu um cigarro. Antes de queimar o tabaco até o final, finalmente chegou o cortejo com bastante gente. Ao descer o caixão no buraco, o beberrão jogou algumas pás de terra sobre o caixão, nivelou o montante de solo e se preparou para dar o acabamento. Os acompanhantes do cortejo foi se saindo de um a um deixando sozinho no local e o solitário coveiro ficou se preparando para continuar a sua tarefa depois fumar mais um cigarro.
O silêncio pairou no ar dentro daquele ambiente esquisito. Pensativo, olhando para o nada, o dito cujo ouviu um choro bem distante de criança e chamou a sua atenção porque era um choro constante. O que fez cair a ficha que se tratava da garotinha que o mesmo acabara de enterrar. Desesperado para ter a certeza, começou a sessão de tirar todo aquele amontoado de terra até chegar ao corpo da menina. Assim que finalmente conseguiu chegar no caixão, viu o braço da menina fora do caixão. Na agonia, ela conseguiu quebrar a tampa do caixão tentando sair, mas não obteve sucesso além disso. Faleceu sufocada ali mesmo no local. O trauma fez com que aquele coveiro abandonasse aquele vício da cachaça e nunca mais deixou o lugar da cova antes que tivesse a certeza de que o defunto estaria morto de fato.