FUGINDO A TRÊS

Vão rumo ao desconhecido, a uma cidade grande chamada Salvador.

Algum tempo depois, já na rodoviária, Maria lembra do álbum de foto da família e se desespera. Na hora Pedro se oferece para ir buscar o álbum e João também diz que quer acompanhar o pai. Naquele momento Pedro disse:

– Fique aqui com sua mãe.

João insistiu em querer acompanhar o pai. Maria então disse para o filho que ele pode ir com o pai.

Se dirigem Pedro e seu filho João de 10 anos de volta para casa. Ambos sabe da importância do álbum. Nele estão registrados seus melhores momentos tal como o nascimento de João e a comemoração de seu aniversário de 7 anos.

Pedro ao dar de cara com a casa a qual deixaram para trás momentos antes, lembra-se dos bons mo­mentos vividos ali. Lembra-se também daquela terra sofrida e chora.

João consola o pai dizendo que ele precisa ser forte como o pai havia lhe ensinado quando seu cachor­ro bingo morrera.

– Também vou sentir muita falta dos meus amigos e primos – disse o menino. – Mas vamos voltar para visitar, não é?

Pedro respondeu que sim filho.

Na rodoviária, e à espera do marido e do filho Maria pensava no lar que fora construído

como a própria casa. Casa que fora construída com muito suor e lágrimas de batalha. Mas sabia ela que nada ali valeria mais a pena, que era preciso deixar aquele lugar para trás, assim como seus irmãos e sua querida mãe.

De repente Pedro e seu filho João estavam de volta. Ao chegar Pedro disse para Maria que estava pre­ocupado em ir para cidade grande por causa da violência e do caos que existia lá.

Maria disse para Pedro que Deus estava com eles. Pedro lamentou o fato de deixar para trás a sua terra tão querida, mesmo com a secura da seca e que por isso era melhor partir.

Naquele momento João segurou a mão do pai e Maria com uma lágrima no rosto os abraça. Ambos se abraçam e pegam o ônibus que tinha acabado de chegar e seguem rumo a Salvador.