Um certo Bob

O diabo anda solto por aí, eu não gosto, até que o Bob não anda solto, vive cercado de seguranças, ele planejou, deu uma certeira rasteira e destronou a Rainha Vermelha, não teve pena do coitado do cachorro da nobre destronada, nem um pouquinho de todo mundo, ou, dos outros cachorros. O Bob é o Rei com sua coroa na cabeça, de uma raça dura de se adestrar, finge que é bonzinho para seus súditos, mas bate e bate mesmo. Continua com sua mascara, os bobos da corte estão sumindo, de verdade, ele não percebe, o coitado insiste em discursos sem nexo, continua de pose, só de boa.

Os dias vão escorregando pelo seu nariz.

Eu sei, tudo vai ficando claro e a cachorrada está ficando braba, apenas lamentando.

Um certo dia, um dos seus próprios súditos fez uma traição, o Rei Bob foi destronado, seu inimigo mandou encerra-lo em uma torre velha e fria, com direito a uma única ração por dia, Bob foi definhando, com saudades da sua bela cachorra, ela fugiu com um cachorro de raça superior.

Já idoso, mas já tinha feito plástica, passaram uns dias, o carcereiro foi levar sua parca ração, encontrou o prisioneiro morto, já em estado de decomposição, foi jogado ao léu.

A vida é passageira, não levamos nada, nem o pelo do Bob foi preservado. Na verdade, o cabelo sendo guardado numa urna, feito peruca, colocado em retrato fica para todos os tempos. O resto fica numa tumba, com o tempo, vira pó. Nada restará.

Varenka de Fátima Araújo

Varenka de Fátima
Enviado por Varenka de Fátima em 12/03/2017
Reeditado em 12/03/2017
Código do texto: T5938594
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2017. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.