ALGO INESPERADO
Às 6h30min, numa manhã fria de maio, quando Ana Cristina dirigia-se ao trabalho, na Rua Marechal Floriano Peixoto, esquina com a Rua dos Andradas, na altura do relógio da Loja Masson, viu uma moça caminhando em sua direção. Próximas, reconhecem-se. A alegria e a felicidade do reencontro foram fantásticas. Ao olhar a roupa da amiga, percebeu que o vestido e o chapéu eram semelhantes aos seus.
– Charlotte, estás muito bem!
– Emmanuelle, tu sempre delicada e elegante.
Após conversarem, ocasião em que recordaram belíssimos passeios realizados em Paris (Catedral Notre Dame, Basílica de Sacré-Coeur, Museu do Louvre, Torre Eiffel, Arco do Triunfo, Jardins de Luxemburgo, Palácio de Versalles, Rio Sena, Boulevard Saint-Michel, Champs-Elysées, dentre outros), no final do século XIX, despediram-se, prometendo ver-se em breve.
No ônibus, Ana Cristina pensou:
– Em que época, vivi na França? Nesta, não viajei para lá.
Chegando ao colégio, onde iria substituir, por três meses, uma professora que havia perdido o filho, num acidente de carro, ao ser apresentada à coordenadora da disciplina de francês, algo inesperado aconteceu:
– Charlotte!
– Emmanuelle!
A supervisora escolar, sem entender nada, disse:
– Carol - Ana Cristina, Ana Cristina - Carol.
As duas sorriram e abraçaram-se.
Em 2011, Ana Cristina foi a Paris. Ao andar por suas ruas, tudo lhe era familiar. Para completar o inusitado, encontrou-se com Carol em frente ao Le Grand Hotel InterContinental.