A Noiva esperada
A Noiva esperada
Sentado na varanda da Casa Grande, ele observava atônito e impaciente o horizonte. O vento quente balançava as grandes palmeiras que perfilavam na entrada da fazenda velha. Anita a jovem que lhe fora prometida quando ainda era adolescente finalmente iria chegar. Seria a primeira vez que ele a veria e sua ansiedade ante a vontade conhecer sua futura esposa era enorme. Como seria ela? Jovem ele tinha certeza que era. Poderia ela ser morena como o jambo tenro que espera ser colhido e saboreado, seria loura como dourado do sol no horizonte, ou branca, alva como o algodão da fazenda de seu pai.
Como era angustiante esperar. Já pensava na casa cheia de crianças, e ela tricotando a fazer as mantas que iriam cobrir seus herdeiros do frio, imaginava indo para a cidade e na igreja todos comentarem sussurrando sobre aquela que lhe acompanharia a todos os lugares. Lógico e evidente que iria gostar da fazenda que ele juntamente com seu pai tanto lutara para deixar como uma boneca de louça na prateleira. Andava de uma lado para outro com seu terno de linho de brancura impecável, as esporas na longa bota tiniam no assoalho brilhante da varanda da fazenda.
Logo avistaram no horizonte, uma nuvem de poeira e um ponto negro que logo fora visualizado como uma carruagem que vinha sendo puxada por quatro cavalos negros.
Seu coração começa a disparar,suas mãos ficam suadas , mas logo o coche para diante da varanda da velha fazenda e desce uma jovem com um envelope na mão e lhe entrega. Ele abre e lê os seguintes dizeres:
“Quisera neste instante dar-lhe a alegria que buscas a Vossa Senhoria, mas perdoe-me, meu coração pertence a outro, e como não posso estar junto de quem amo, preferi fugir desta vida e deste mundo, mais uma vez queira me perdoar”.