O garoto de codinome homem.

Era uma vez um andarilho nômade que vagava pelas areias intermináveis de seu tempo. Seriam essas mesmas areias que os sultões atravessavam com seus dromedários, séculos antes? Ele sabia que não. Ou talvez eram as areias das praias paradisíacas que se extinguiram no início do milênio? Ele não era certeiro em sua resposta, mas duvidava. A única certeza que guardava para si era que precisaria viver mais cem anos para chegar em seu objetivo. Nós não sabemos o que esse objetivo significava para ele. Talvez algo especial, que seguia com tanta veemência.

Aquele jovem rapaz, sozinho em seu espaço buscava nada mais que um lugar que pudesse olhar com a visão surpresa de seus antepassados. A surpresa com o verde. A surpresa com o novo. Hoje, não existia nada mais que a imensidão de nada, com os mares de areias que expressavam a futilidade do tempo e seu proveito. Mas que proveito? Buscava o garoto um lugar que ainda não houvera destruído? Porque era ele mesmo, o próprio algoz do mundo, que buscava consertar algo que não existia há muitos e muitos anos: A esperança.

Como numa caixa de Pandora, ele mesmo destruiu a própria luz ao final do corredor e andava sem direção, buscando algo para desfrutar. Mas sendo carrasco da própria história, não obtinha resultados perante a sua inutilidade ao mundo. Mas que mundo? O mundo que foi vítima de sua crueldade? Mas ele se arrependeu, depois de enxergar o Sodoma e Gomorra que fez com sua casa.

Ele se arrependeu tanto, que continua a vagar procurando uma resposta.

Seu nome é ser humano.

Leonardo Nali
Enviado por Leonardo Nali em 11/01/2017
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