(Imagem Google)
Mariah olhava através da janela do seu quarto, embaçada pelas gotas, de chuva fina, que caiam naquela noite, fazendo-a desistir de seu compromisso com as amigas. Estava triste, cansada, sem perspectivas e aquele tempo frio e úmido a convidava para um banho quente, roupas confortáveis, um bom prato de sopa de legumes e seu travesseiro, o qual lhe fazia companhia todas as noites, há algum tempo.
Lembrou-se de ligar para as amigas, cancelando o compromisso, e colocou em prática sua auto sugestão, na mesma ordem em que fora planejada, mas, não conseguia dormir, algo a incomodava e, então, resolveu escrever.
Mariah não era escritora, mas sempre gostou de escrever, isso lhe dava prazer, era como se conversasse com alguém, ou consigo mesma. Escrevia poesias, contos, prosas poéticas, se deliciava quando descobria outros tipos de composições poéticas e encarava isso como um desafio.
Ela adorava desafios, pensava que talvez fosse pelas características do seu signo, signo do fogo, do fogo que arde sem se ver, da impaciência, impulsividade e intuição. Só lhe faltava um pouco mais de prudência. Tinha um defeito grave, quando se apaixonava, se entregava de corpo e alma, se jogava mesmo, perdia a paz, jurava que era para sempre, mas sempre também se enganava com as pessoas e isso a deixava cada vez mais descrente do amor. Inconscientemente, porém, acreditava que em algum lugar do mundo haveria alguém que pudesse compreendê-la e amá-la com suas qualidades e defeitos e no fundo, bem lá no fundo mesmo, não perdia as esperanças de encontrar aquela pessoa especial, destinada a ela.
Mariah estava cansada de promessas pois elas criavam expectativas que geravam sofrimento e, agora pensava seriamente que estava começando a sentir medo de amar, além do que devia. Isso a preocupava porque temia que essa insegurança pudesse alimentar uma possível frieza, pois percebia estar se afastando e se fechando cada vez mais para o amor.
“Que coisa mais louca”, dizia a si mesma, “será que é normal ter medo de amar?” Bem, considerando que já não era mais jovem e as experiências frustrantes pelas quais havia passado, era de se esperar essa tendência ao recolhimento só de imaginar-se em meio à turbulência de um novo relacionamento a dois, os entulhos a serem retirados de uma construção afetiva e o receio de sair novamente chamuscada por entrar de cabeça na ardência do fogo da paixão.
Era certo que ela sempre renascia das cinzas, mas, cá para nós, haja fênix para levantar voo depois de tantas decepções! mas, necessário seria mesmo espelhar-se nessa ave gigantesca e histórica da antiguidade para conseguir tamanha performance!
A verdade é que ninguém quer correr o risco de se machucar de novo, mas como saber apaixonar-se por alguém que caminhe junto a ti, lado a lado, que seja teu companheiro, que sinta a tua falta e queira estar contigo, somente contigo, e que jamais, repito, jamais, a trocará por um corpo mais esbelto, um rosto mais bonitinho e, desgraçadamente, mais jovem?
Outra grande verdade é que não dá para formatar o coração, definir o perfil do tipo ideal da pessoa, os seus caracteres morfológicos, o espaço que ele deve ocupar na tua vida e fazer o alinhamento entre seu corpo, mente e alma, não é?
Mariah precisava amadurecer esse sentimento. Estava num impasse: deveria ela continuar a trilhar o caminho, o qual havia interrompido, mas cujas pedras já lhe eram familiares, ou entregaria a sua sorte ao acaso e esperaria, pacientemente, que o destino lhe fosse surpreendentemente generoso?
Por um momento, abandonou-se ao silêncio que a remeteu à saudade de si mesma, do tempo em que fora feliz, ainda que em breves espaços no tempo, mas que deixou saudade e uma lacuna no seu coração.
Foi esse vazio frio e escuro que a fez perceber que, por mais frustrante que tivesse sido seu rompimento amoroso, ainda valeria a pena tentar novamente, mas, desta vez, valorizando-se como mulher, como um ser humano maravilhoso com capacidade de se reerguer e de mostrar o que tem de mais precioso a compartilhar...o perdão. Perdoar alguém, na verdade, não é concordar com o que ele fez de errado, mas, sim, livrar-se daquela sensação de que foi punida por algo que não se mereceu. É também a compreensão de que todos nós erramos, sofremos e nos sentimos sós, insuportavelmente tristes, e choramos baixinho antes de dormir...mas que também temos uma incrível capacidade de sacudir a poeira cinzenta, dar a volta por cima e reagir...renascer das cinzas!
Mariah sorriu e, antes de dormir, levou aos céus uma prece de agradecimento...sim, daria outra chance a si mesma, ao seu amor e aos sonhos interrompidos e, desta vez, haveria de ser diferente!
Lembrou-se de ligar para as amigas, cancelando o compromisso, e colocou em prática sua auto sugestão, na mesma ordem em que fora planejada, mas, não conseguia dormir, algo a incomodava e, então, resolveu escrever.
Mariah não era escritora, mas sempre gostou de escrever, isso lhe dava prazer, era como se conversasse com alguém, ou consigo mesma. Escrevia poesias, contos, prosas poéticas, se deliciava quando descobria outros tipos de composições poéticas e encarava isso como um desafio.
Ela adorava desafios, pensava que talvez fosse pelas características do seu signo, signo do fogo, do fogo que arde sem se ver, da impaciência, impulsividade e intuição. Só lhe faltava um pouco mais de prudência. Tinha um defeito grave, quando se apaixonava, se entregava de corpo e alma, se jogava mesmo, perdia a paz, jurava que era para sempre, mas sempre também se enganava com as pessoas e isso a deixava cada vez mais descrente do amor. Inconscientemente, porém, acreditava que em algum lugar do mundo haveria alguém que pudesse compreendê-la e amá-la com suas qualidades e defeitos e no fundo, bem lá no fundo mesmo, não perdia as esperanças de encontrar aquela pessoa especial, destinada a ela.
Mariah estava cansada de promessas pois elas criavam expectativas que geravam sofrimento e, agora pensava seriamente que estava começando a sentir medo de amar, além do que devia. Isso a preocupava porque temia que essa insegurança pudesse alimentar uma possível frieza, pois percebia estar se afastando e se fechando cada vez mais para o amor.
“Que coisa mais louca”, dizia a si mesma, “será que é normal ter medo de amar?” Bem, considerando que já não era mais jovem e as experiências frustrantes pelas quais havia passado, era de se esperar essa tendência ao recolhimento só de imaginar-se em meio à turbulência de um novo relacionamento a dois, os entulhos a serem retirados de uma construção afetiva e o receio de sair novamente chamuscada por entrar de cabeça na ardência do fogo da paixão.
Era certo que ela sempre renascia das cinzas, mas, cá para nós, haja fênix para levantar voo depois de tantas decepções! mas, necessário seria mesmo espelhar-se nessa ave gigantesca e histórica da antiguidade para conseguir tamanha performance!
A verdade é que ninguém quer correr o risco de se machucar de novo, mas como saber apaixonar-se por alguém que caminhe junto a ti, lado a lado, que seja teu companheiro, que sinta a tua falta e queira estar contigo, somente contigo, e que jamais, repito, jamais, a trocará por um corpo mais esbelto, um rosto mais bonitinho e, desgraçadamente, mais jovem?
Outra grande verdade é que não dá para formatar o coração, definir o perfil do tipo ideal da pessoa, os seus caracteres morfológicos, o espaço que ele deve ocupar na tua vida e fazer o alinhamento entre seu corpo, mente e alma, não é?
Mariah precisava amadurecer esse sentimento. Estava num impasse: deveria ela continuar a trilhar o caminho, o qual havia interrompido, mas cujas pedras já lhe eram familiares, ou entregaria a sua sorte ao acaso e esperaria, pacientemente, que o destino lhe fosse surpreendentemente generoso?
Por um momento, abandonou-se ao silêncio que a remeteu à saudade de si mesma, do tempo em que fora feliz, ainda que em breves espaços no tempo, mas que deixou saudade e uma lacuna no seu coração.
Foi esse vazio frio e escuro que a fez perceber que, por mais frustrante que tivesse sido seu rompimento amoroso, ainda valeria a pena tentar novamente, mas, desta vez, valorizando-se como mulher, como um ser humano maravilhoso com capacidade de se reerguer e de mostrar o que tem de mais precioso a compartilhar...o perdão. Perdoar alguém, na verdade, não é concordar com o que ele fez de errado, mas, sim, livrar-se daquela sensação de que foi punida por algo que não se mereceu. É também a compreensão de que todos nós erramos, sofremos e nos sentimos sós, insuportavelmente tristes, e choramos baixinho antes de dormir...mas que também temos uma incrível capacidade de sacudir a poeira cinzenta, dar a volta por cima e reagir...renascer das cinzas!
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