O VALOR DA MORTE
O VALOR DA MORTE
Presa fácil vitima de si
cópia fiel incredula repulsa
o relicário na poeira do armário
por detrás havia este retrato
história sempre mal contada
o sorriso proposto era um rosto
sem alma recôndito interditado
ditado de fora p'ra dentro
parecia oferecer um mundo melhor
que ele melhor do que ele tinha
remover o obstaculo retinha pena
intransponível maleavel somente
presente nada pressente o que logo
ressente por estar entre os aromas
falidos são ainda ficam bonitos
nenhuma cor o mito deve
amanhecer cinza indisposto
composto de passado e o vago
momento mal percebido
que podia ser diferente do "sal"
desperdiçado do que nada volta
inventaram uma festa num lugar
que permitia esquecer da dor
puseram músicas de alegria tons
transados das danças que mostram
meninas novas feito sol mágico
p'ra retina deixar de ser cega
foi trágico ofender a dor imortal
já havia decidido pelos olhos
o infinito dizia leva-me também maldito seja
opera-me as visceras que não calam
deixou escrito na peça de ornamento
feitiço feito isso terei o mesmo destino
omisso de poucas horas ele teria chance
fui dormir com ela justo com aquela
onde o desejo cria arpejos singulares
e a pressa vira dias
voltei n'outro dia ele já havia morrido
deitado no tapete da sala estendido
mal compreendido foi fatal
olhos abertos diante de qualquer reflexo
pude perceber que procurava saber
pelo vidro que transparecia sua alma
eu fui um tolo sendo romântico
o mundo havia me esquecido
ele traduziu o valor da morte
e o segredo quiz leva-lo consigo
neste dia descobriram as coisas preparadas
o quarto arrumado assustados
tentaram socorrer seu espirito
eu perdido de amores
tenho suas dores no retrato escondidas
e o tempo empoeirado mostrando
que os amigos sentiam tudo
mas sentiam mesmo era "falta"...
MÚSICA DE LEITURA : SUNNO - AGHARTHA