GOSTOSO E SAUDÁVEL
Viu-a de longe, era Beth, de alcunha que aqui não pode ser dita. Encontrou com ela por acaso, em um coquetel de lançamento do livro de um amigo em comum. Livro não muito bom, por sinal. Depois dos cumprimentos protocolares e de alguma conversa mole, ela, movida não sei por qual interesse, resolveu convidá-lo para um jantar em sua casa.
_ Vamos comer lá em casa? Vou preparar um prato gostoso e saudável que aprendi esses dias!
_ Vamos comer lá em casa? Vou preparar um prato gostoso e saudável que aprendi esses dias!
Ele queria mais da antiga comida apimentada, gordurosa e venenosa que só ela sabia preparar e por à mesa. Que ele tinha experimentado na época da faculdade. Ele e mais alguns. Mas o inusitado do convite o seduzia, pois o convite continha aquilo que os lógicos chamam de contradição em termos. Ele adorava as contradições dela. Além do mais suas contradições pareciam até ter melhorado, ganhando qualidade com a rodagem. Então, para o inferno Aristóteles e seus princípios de não-contradição. Aceitou o convite. Então na noite aprazada foi até a casa dela, experimentar seu sabor e saúde. E, quem sabe, outros acepipes.
Comeu e se lambuzou. Então ela perguntou:
_ E aí, gostou?
_ Claro, muito gostoso. Mas duvido que essa comida seja saudável!
_ Pode ser, afinal de contas não sou uma bruxa?
_ Bruxa e pescadora.... fui fisgado pela barriga!
_ Sim, mas sou uma piranha canibal. Se é assim, estou pronta para comer seu fígado. Acabar com sua saúde.
E assim, Beth balançou, como balançava no final da década de oitenta.
Comeu e se lambuzou. Então ela perguntou:
_ E aí, gostou?
_ Claro, muito gostoso. Mas duvido que essa comida seja saudável!
_ Pode ser, afinal de contas não sou uma bruxa?
_ Bruxa e pescadora.... fui fisgado pela barriga!
_ Sim, mas sou uma piranha canibal. Se é assim, estou pronta para comer seu fígado. Acabar com sua saúde.
E assim, Beth balançou, como balançava no final da década de oitenta.