UM DIA CAÓTICO
Helena acordou-se com uma forte sensação de desconforto. Pressentia que bons ventos não soprariam naquele dia. Às 7h40min, o telefone tocou:
– Alô! Quem fala?
– Senhora, informamos que seus documentos foram achados na zona norte da capital, próximo ao posto de gasolina Jardim Itália.
– Meus?
– Deixarei com um dos frentistas e, a senhora os pega quando puder.
– Moço, que brincadeira é esta?
Perplexa, correu ao quarto e pegou a bolsa, a fim de averiguar se tudo não passava de um trote. Triste realidade, tinha sido roubada. Programou-se para no dia seguinte ir ao local, recuperar seus pertences.
Ao retornar do trabalho, deparou-se com uma mensagem da sua agência bancária, solicitando que entrasse em contato com eles, com urgência. Ao ligar, foi informada que suas últimas compras tinham estourado o limite do cartão. Apavorada, explicou que não o havia usado nos últimos dez dias. Recomendaram-lhe fazer contato com a central. Devido à greve, após cinco dias, conseguiu falar com o banco; ocasião em que pediu o bloqueio do cartão.
À tarde, Helena tinha hora no dentista. Ao sair, uma tempestade desandou: ruas alagadas; bueiros cheios; trânsito caótico. A fúria das águas e do vento impediu-lhe de atender o compromisso.
Voltando a casa, na portaria, foi informada que árvores e postes de luz haviam caído, estando o condomínio às escuras, logo, sem elevadores, restando-lhe subir os vinte e um andares.
Ufa! Nos últimos dias, tinha se visto no meio de um furacão. Quando não era uma coisa era outra. Foram tantas que, em alguns momentos, pensou largar tudo, desistir; todavia, palavras entusiastas e habilidosas de uma amiga deram-lhe sentido e estímulo para continuar sua caminhada; incentivando-lhe a superar situações decepcionantes e mesquinhas.
Helena, perante as dificuldades, convenceu-se do poder e da força das palavras. Essas, quando verdadeiras, transpassam esperança e energia, projetando sonhos e superação, assim como nos ajudam a encontrar alternativas de melhor viver.