BALANÇO DO VERDE
Aquela cadeira de balanço a balançar
para lá e pra cá, quando pensa que vem, vai
quando pensa que vai, vem.
Aquela cadeira dormideira... Já foi pau integro
das matas a balançar sobre os ventos...
Braços estendidos ao tempo, pássaros a
chilrear em suas folhagens multicoloridas,
solicitando chuvas,saldando a vida.
Um dia, desbravadores da natureza,
com seus machados e serras invadiram
suas entranhas debruçando o verde sobre
o chão, hoje seco, ele se encontra ali n’aquele
alpendre despedaçado pregado pagando
pelo pecado de ser, indefeso calado.
Agora feito em pedaços... Serve apenas para
juntar pedaços de saudades do seu dono
aonde ele se debruças para viajar em
sonhos de outrora, no qual como criança
saldava seus balanços de cipós e viajava
por seus sonhos em suas flores e cores
e às vezes cochilava em suas sombras.
É meu verde...Seus desbravadores preocupam
apenas em ganhar tostões, não se dão conta
que em futuro próximo não terão o verde
para abanar ar em seus corações.
Antonio Montes