ARREPENDIDA?
Duas senhoras se encontraram por acaso naquela lanchonete. Há mais que dez anos não se viam. Aproveitaram para almoçar e contar o que havia acontecido até então. A primeira senhora, Helena, foi logo dizendo que tudo estava na mesma, era somente trabalho e pouco tempo para diversão. A segunda, que se chamava Lúcia, também comentou sobre o tanto que trabalhava, mas que sua vida era cheia de tristezas.
Lúcia lembrou a amiga sobre o inútil e desprezível marido, pai de suas filhas. No começo da união, ele estava sempre presente, mas pouco permanecia num emprego. Desse jeito, quase nada de dinheiro trazia para casa. Depois foi ficando ausente até desaparecer, safar-se das obrigações. Assim, ela sempre arcou com tudo, trabalhou e trabalha até hoje e mal tem tempo para dormir.
Contou que suas filhas somente lhe dão tristeza, e que o pior vem acontecendo com a mais nova que tem quinze anos. Ela nunca foi obediente, nunca quis estudar e nem ajudar a mãe. Começou a sair por aí, já nem dormia em casa e, muitas vezes, sumia por mais que cinco dias. Lúcia acabou sabendo que sua filha ficava na beira da estrada, à espera de um caminhoneiro que quisesse levá-la até onde fosse possível. Lá, outro poderia aparecer para trazê-la de volta até onde morava. A adolescente sempre aparece somente para pegar roupas que coloca numa mochila. Não ouve e nem nunca ouviu os conselhos da mãe e nem dá satisfação. Entra, sai, e assim vive. Sorte que ainda não apareceu grávida. Todavia, a filha mais velha sempre foi estudiosa e estava para se formar. O estudo foi pago por Lúcia, mesmo tendo conseguido uma bolsa quase totalmente gratuita, mas sempre havia outros gastos.
Naquele dia da festa de formatura, sua vizinha viu Lúcia estendendo as peças de roupas que lavava e passava para fora, e resolveu perguntar: A senhora não vai se arrumar para a festa? – Que festa? – A da formatura de sua filha! – A mãe não sabia dessa tal festa. Nessa noite, a formanda chegou bem tarde em casa, já passava das duas da madruigada. Ela entrou em silêncio, e foi direto para a cama. – No dia seguinte, quando arguiu a filha por não lhe ter dito nada, ouviu a seguinte resposta: Eu não queria que você estivesse presente, você iria somente me fazer passar vergonha.
Lúcia disse à sua amiga que naquele momento um abismo surgiu à sua frente. Foi quando pensou que deveria ter se submetido a dois daquele ato tão abominado por muitos. Assim as duas meninas não teriam nascido. Hoje ela poderia ir pedir perdão a um padre e seria perdoada, não se sentindo arrependida por isso.
Lúcia lembrou a amiga sobre o inútil e desprezível marido, pai de suas filhas. No começo da união, ele estava sempre presente, mas pouco permanecia num emprego. Desse jeito, quase nada de dinheiro trazia para casa. Depois foi ficando ausente até desaparecer, safar-se das obrigações. Assim, ela sempre arcou com tudo, trabalhou e trabalha até hoje e mal tem tempo para dormir.
Contou que suas filhas somente lhe dão tristeza, e que o pior vem acontecendo com a mais nova que tem quinze anos. Ela nunca foi obediente, nunca quis estudar e nem ajudar a mãe. Começou a sair por aí, já nem dormia em casa e, muitas vezes, sumia por mais que cinco dias. Lúcia acabou sabendo que sua filha ficava na beira da estrada, à espera de um caminhoneiro que quisesse levá-la até onde fosse possível. Lá, outro poderia aparecer para trazê-la de volta até onde morava. A adolescente sempre aparece somente para pegar roupas que coloca numa mochila. Não ouve e nem nunca ouviu os conselhos da mãe e nem dá satisfação. Entra, sai, e assim vive. Sorte que ainda não apareceu grávida. Todavia, a filha mais velha sempre foi estudiosa e estava para se formar. O estudo foi pago por Lúcia, mesmo tendo conseguido uma bolsa quase totalmente gratuita, mas sempre havia outros gastos.
Naquele dia da festa de formatura, sua vizinha viu Lúcia estendendo as peças de roupas que lavava e passava para fora, e resolveu perguntar: A senhora não vai se arrumar para a festa? – Que festa? – A da formatura de sua filha! – A mãe não sabia dessa tal festa. Nessa noite, a formanda chegou bem tarde em casa, já passava das duas da madruigada. Ela entrou em silêncio, e foi direto para a cama. – No dia seguinte, quando arguiu a filha por não lhe ter dito nada, ouviu a seguinte resposta: Eu não queria que você estivesse presente, você iria somente me fazer passar vergonha.
Lúcia disse à sua amiga que naquele momento um abismo surgiu à sua frente. Foi quando pensou que deveria ter se submetido a dois daquele ato tão abominado por muitos. Assim as duas meninas não teriam nascido. Hoje ela poderia ir pedir perdão a um padre e seria perdoada, não se sentindo arrependida por isso.