Nascida do mangue

Vim do mangue ,ao lado de minha casa uma comunidade feita de barracos,a rua não era rua ,era uma ladeira cheia de buracos ,em uma travessa ficava a casa,o quintal chegada na maré ,depois do capim alto ficava um tarugo,pela cerca de arame farpado se via o barraco do cego sanfoneiro.Pouco a pouco barracos viraram casas.Na época da corrida dos caranguejos ,eles entravam em casa ,nem precisava das armadinhas de minha avó para agarra los.O pé de azeitona roxa fazia a festa da molecada que ficavam todo o mês com a boca e as roupas manchadas .Alguns primos apareciam por lá.agente corria no quintal que era um mundo de tão grande que parecia ser.Entre as mangueiras e bananeiras ,havia uma cacimba feita por minha avó com uma jarra de barro sem o fundo,em volta alguns bancos de pedras ,e uma velha cadeira de balanço enfiada na areia. Aonde cavássemos brotava água e eu gostava de ver pequenos olheiros jorrarem.A goiabeira ficava mais próximo da casa nele o cachorro ficava resguardado do sol.Aos sábados dois amigos nos visitavam,Não se importavam com nossa condição humilde... Kelson e Flávio.No lanche da tarde nos era servido pastel de vento ,ou chicletes pingue pongue ,daqueles de duas cores,eu nunca falei pra minha mãe ... mas eu odiava aqueles chicletes!Na maioria das vezes conversávamos sobre a escola, nossos sonhos e projetos para o futuro,versos e poesias e ate sobre possíveis alienígenas com luzes brilhando no céu ,no dia que Flavio trouxe uma luneta, os ETs não vieram...kkkkkkkkkkk Tempos sofridos! Tempos de inocência ! Tempo onde ali trassamos sonhos e determinamos o rumo de nossas vidas.Seguimos o curso de nossos rios,mudamos ,transformamos nossas vidas ,nossas escolhas fizeram a diferença e mesmo saídas da lama ,eu e minha irmã decidimos permanecer limpas ,nunca nos deixamos contaminar com más influencias, mudamos nosso destino,quando muitas vezes eu nem conseguia enxergá-lo...As dificuldades nos inundavam os olhos e a barriga roncava.Mas decidimos mudar de vida . A escola era nosso refugio.A Educação abriu portas que pareciam impenetráveis.E hoje alegra me dizer que tudo valeu a pena .Que nossos amigos foram os melhores que poderíamos ter tido ,que nossa família sempre sera benção e que apesar de toda a ignorância de meus pais e a falta de estudo deles , que a fome e as dificuldades ,as humilhações, a falta de incentivo ,as criticas... só serviram para nos impulsionar a querer voar mais alto. Á todos os meus velhos e bons amigos ,a minha irmã querida ... A meus velhos pais ...A meus avôs já falecidos e a minha baixinha ,vó Severina.A meus primos e primas ... A meus filhos amados ... A meu nego , Obrigado por vocês existirem.Todos vocês são parte de minha historia.Feliz com vocês

Adriana Luzia Silva dos Santos
Enviado por Adriana Luzia Silva dos Santos em 20/11/2016
Reeditado em 20/11/2016
Código do texto: T5829604
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