Sem título ainda

O jeito como a mulher grita aqui "cheiro verde, alface!" Me contrange e me deprime

É uma dor de uma vida inteira. Acordar às 4 da manhã de palpebras pregadas, sono ainda não morto. Chiado de chaleira fervendo a borra do café de ontem já passado. "Chafé". Os filhos dormem. A mulher bebe "chafé". Junta as moedas e planeja o almoço enquanto não tem dificuldade em mastigar a bolacha dormida de ontem. O dente dói, mas doi mais não trabalhar.

4: 15, alimentada, feijão no fogo, farinha na lata, põe-se a catar os ovos debaixo da Zazá, galinha de estimação do filho mais novo, Zezé. Tem mais 15 minutos para vestir o casaco, passar uma agua na cara e ir ao pomar.

Pensa como seria bom ter um motivo para trancar o barraco. O qua há de valor lá sairá às 6:30, depois de tomarem seus "chafés" com bolacha como destino, o grupo onde estudam.

Continua em algum momento...

Kátia Santvs
Enviado por Kátia Santvs em 19/11/2016
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