O senhor Magazine e a senhorita Harter

Deviam existir empresas que lidassem com o endividamento para melhor êxito dos endividados empregando a noção de estudo de reengenharia da produtividade, refletindo possibilidade e aprimorando, aonde antes se manifestava enganos. Sou jovem, Senhorita Harter, estou com quarenta e quatro anos; não sei como lidar com a divida que criei anos atrás, buscando um meio de trabalho, prestando serviço. Há anos não sei lidar com as variações do caso desse endividamento, quando na área de tecnologia da informação, tecnologia social e ampliação de setores gráficos. O senhor é um estudante, sonhador se vê no rosto, disse a senhorita Harter, sem tirar os olhos da folha sobre a mesa. Desejava publicar livros? Exatamente. Curioso endividamento, Senhorita Harter, e mais que ele se ramifica. Gera um fermento extraordinário, espécie de dinâmica parasita do defeito, pois de sete mil e quinhentos reais em dois anos a soma alcançou uma cifra miliardária. Um fiduciário lucro sobre o engano. Decerto o senhor se livrará dos seus problemas, há tantos meios, fundo de amparo... Movimentou o rosto de modo gentitl. Pois toda a história se desenvolveu em função do tal fundo de amparo, que havia operado na ação somente com o básico para um ambiente de trabalho. Já existe na Inglaterra Bancos lidando com a ausência de juro, sabia senhor... Diga o meu nome por favor: sou "Magazine", me chamo "Magazine". Pois muito me surpreende a notícia desses Bancos que nada cobram além do valor do empréstimo, dizem que com grande êxito. Em verdade a senhorita Harter percebia tudo com muita dificuldade. Havia certo encanto em estar diante dele tecendo conjetura sobre seus problemas. O endividado é sem esclarecimento. É tão humilhante tomar o tempo de pessoas ilustres que surgiram após o problema, sem impressionar o nome em abertura maior de crédito por parte do creditador. Bateu levemente na mesa como faz um leiloeiro. Sem bens de raiz, sem nada, um homem pobre que havia buscado o trabalho no trabalho dando mais trabalho. Quando estoura o errro ganha a feição de atenção pública pela natureza do processo. Tanto faz posto de selos ou enfermaria, tanto faz... O escrivão Moreira bate com rigor calculado para uma atitude delicada, porém enérgica. Tempo esgotado da paciência e não há mais fonte de oibtenção de nenhum caraminguá. A senhorita Harter presumiu que ele não estaria na hora da devolução dos bens fiduciários, como num lance de esperteza; mas em realidade havia sido acidental. Levantaram tudo o que tinham na lista das aquisições para leilão dos bens. Sem que pudesse compreender que razões levaram ao cancelamento do primeiro leilão. Quando o escrivão chegou com o caminhão a companheira tomou um choque, logo chegou do dentista.

Trinta por cento de arrecadação em cada estampilha, senhorita Harter, é uma dificuldade para qualquer cristão. Estava entre a carta e o e-mail observando a pequena filial estabelecida a mais de mil metros da matriz, no alto de uma coxilha com suave ondulação, próximo de um querido clube social e esportivo. No centro do mundo e no alto das estrelas. Havia pouca iluminação no começo em torno do ponto muitas casas desocupadas. Foi um tempo de movimento e desenvolvimento. O custo social representava um pedido de indenização por parte do creditador. Hoje só há casas bonitas ao redor. Aos poucos o simples estava sendo preparado, o propalado imposto único para pequenos negócios, quando deveria ser imposto nenhum, mas alcançaria o senhor Magazine. A missão era antiga: publicar um livro. Nada poderia ser dito sem que antes o judiciário tomasse conta do caso. Pronunciou-se a senhora Harter: “foi preciso instituir um advogado para o caso?” . Sim. Sim. É obrigatório. E qual? Devia ser um senhor responsável que compreendesse o mundo do direito mercantil. Abriria o caminho, haveria luz, porque talvez adjudicasse uma evolução negociada. Uma sociedade por ações, uma empresa moderna, com os olhos voltados para o desenvolvimento de novos ciclos produtivos dominantes num esforço de comunicação. Para endividados há poucos nabos. Nos endividados coexistem apenas vozes ocultas. A mancha negra maquiada da vergonha.

Estava claro à senhorita Harter de que era tudo humilhante para o senhor Magazine basicamente o fato de não ter efetuado o pagamento. Além do advogado da defesa ter escoado todos os prazos do processo. Isto quer dizer: o advogado de defesa guarda o assunto nas trevas das gavetas não apresentando defesa cabível em prazo certo. Tema: não ter havido os pagamentos devidos. Disse apenas: o senhor devolva os bens quando aparecer o escrivão, mas entregue tudo, único risco, senão... cadeia! Meu Deus! Foram dois anos de serviços prestados com a mesma cadeira rota e o cofre sem fechadura...

O advogado era um alcoólatra esquipático que falava com astúcia sempre contra os Bancos. Creio que partiu para o exterior durante a sua sentida ausência. Dizem que partiu para Hong-Kong ou Pequim. Sabe, senhorita Harter, é praxe nos tribunais aqui de Marne o seguinte procedimento: quando não se é representado pela defesa, dá-se ganho de causa a outra parte representada. Uma questão de ordem dessas precisa ser reclamada na ordem criada para punir os maus advogados. O juiz ergue a voz e declara: como o advogado da defesa não compareceu, observa o relógio, parabéns para você! E o cliente não sabe de nada. Nada sabe sobre o advogado e quer solucionar o seu destino. Nesse período decerto partiu para as mais queridas e adocicadas férias de verão. Desaparecendo da cidade por vários anos. Pediu-me que fosse até a comarca mais próxima a 220 quilômetros, fizesse uma reprodução das páginas do processo, para que pudesse verificar o andamento. A senhorita Harter nunca deixou de sorrir durante a narrativa. Seu sorriso era de grande liberalidade. O senhor Magazine então continuou: deram-me pastas com nomes estranhos e misturados. Tive impressão de ver assuntos não ligados ao tema, com outros nomes. Nesse meio tempo o ilustre advogado Ramires passou na imobiliária do Peçanha, retirando de lá uma chave para dar uma olhadela num casarão perto dos pinhos. A moça da imobiliária lhe sorriu incauta e bela. A casa é com piscina e o ambiente aprazível.

“Quer minha carteira de identidade?” A senhorita Harter interveio: acho pouco provável que tenha empregado esta frase neste caso, como se já adivinhasse o resto da narrativa. Desabou numa risada expansiva e liberal. A mocinha sempre de bem lhe disse: O senhor voltará antes das dezoito horas... é quando fechamos, o senhor quer dar uma espiada rápida na casa apenas não é?

Mudou-se.

O dono da imobiliária estava uma fera com a pobre Laura Herrera. Coitada da Laurinha. Ia lá imaginar uma coisa dessas com um homem de Foro. Passaram-se alguns meses e o proprietário pediu contas ao dono da imobiliária Peçanha. Daquele seu modo popular e alegrão Osvaldo Perbe disse: í...e os alugueres? Olha Peçanha! Já está demais o atraso. (Explicar era difícil dada a força sintética do fato). O homem tomou a chave para olhar, mas mudou-se! Fez tudo com uma rapidez de raciocínio espantosa. Está com a banca de direito na tua casa. Acabaram de me informar que começou uma obra. Que homem inteligente.

O velho Lucena havia sofrido um abandono desses num processo que lhe entregara nas mãos. Simplesmente esquecem na gaveta e o povo pequeno que se dane. Quando o juíz chama não há ninguém representando sendo obrigatório constituir um advogado. O trabalho de restauração de um endividado passa por lembranças exóticas do mundo em que vivemos, senhorita Harter. Não estou querendo inverter o mundo, mas sim consertá-lo. Estou ficando velho e nunca entenderei a lógica de certas lembranças, senhorita Harter. Senhorita Harter, senhorita Harter.

Tércio Ricardo Kneip
Enviado por Tércio Ricardo Kneip em 27/07/2007
Reeditado em 07/03/2008
Código do texto: T582009
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