927-VIAJANDO PARA SAN FRANCISCO- CALIFORNIA -
2ª. Parte de série – ver # 926
Naqueles tempos (1981) Belo Horizonte só contava com o Aeroporto da Pampulha, com instalações precárias e pista que não comportava receber aviões internacionais. O embarque era um sufoco com sala pequena e sem ar condicionado; aliás, nenhuma dependência para o público tinha ar condicionado.
E lá estávamos Enny e eu às quinze horas para embarcarmos num DC-10 rumo ao Rio de Janeiro.
Conhecemos Eduardo e Marilia, casal jovem, residente em BH, que freqüenta-
rão o mesmo curso de inglês em San Francisco Viagem normal com tempo firme e tripulação eficiente. Vôo da TAM, que estava nos primeiros anos de atividade.
No Rio desembarcamos no Aeroporto Santos Dumont, que eu já conhecia de viagens anteriores (1954, 1955). Também cheio de gente, passageiros chegando e partindo. Como estávamos apenas fazendo o transbordo, na tivemos com lidar com a bagagem, mas passamos pela alfândega e polícia federal.
Encontramo-nos com Colette, que foi fácil de identificar pelo seu jeito mais-do-que-expontâneo de aparecer. Enny e eu, com Eduardo e Marília e Colette formamos um grupo amigável e alegre. E sem maiores considerações, embarcamos no avião da PANAM ás 23 h. para New York, sem escalas.
O serviço de bordo me surpreendeu. A atenção das lindas aero-moças e as refeições (lanche uma hora depois da partida, jantar à uma da manhã e café da manhã às 6h) nos saciaram prá valer. O espaço entre as poltronas permitia um descanso razoável e dormi bem pela madrugada.
Como era meu primeiro vôo internacional, minha capacidade de avaliação era limitada, por isso, achava tudo bom.
Colette era muito animada. Francesa, casada com industrial paulista, era a alegria de nosso grupo. Ocupamos poltronas vizinhas e foi fácil estabelecermos uma boa relação durante a viagem.
Dormi bem, Enny menos. Após o café da manhã já veio a ordem de afivelarmos os cintos, pois a descida em NY estava a poucos minutos de vôo. A aterrissagem foi no Aeroporto JFK às sete da manhã. Desembarcamos e passamos pela alfândega sem maiores delongas. Não foi o caso de uma família de indianos que, na fila um pouco à nossa frente, que por uma complicação qualquer, e foi levada para uma sala ao lado, para averiguações. Fiquei um pouco apreensivo, mas comigo, Enny e os outros do nosso grupo, foi tudo normal.
Era a manhã de sábado, 16 de julho de 1981. Permanecemos até o meio dia no Aeroporto John F. Kennedy aguardando nosso vôo para San Francisco. Embarcamos, viajamos 6 horas e chegamos em San Francisco às 13 horas, hora local. É que viajando no sentido leste>oeste, passamos por seis fusos horários, e o tempo “encolheu”.
Ao chegarmos em San Francisco, todos os cinco do nosso grupo estávamos vencidos pelo jetlag e absolutamente cansados. Mas lá, era o início do afternoon, isto é, dia ainda tinha muitas horas úteis pela frente.
Tomei um taxi, que meamos com Colete; levou-nos para o centro, a 22 quilômetros e 40 minutos mais tarde (e menos 22 dólares na carteira). Estacionou na frente do Cogswell College onde funciona o ELS Language Center, que iríamos freqüentar.
Eu não tinha a mínima idéia das horas de cão que iria viver naquela tarde.
ANTONIO ROQUE GOBBO
Belo Horizonte , 11 de dezembro de 2015.
Conto # 927 da Série 1.OOO HISTÓRIAS
2ª. Parte da mini-série “Deixei Meu Coração em San Francisco”