A Caixa de Emoções
Certos acontecimentos são capazes de revirar uma gaveta inteira de emoções. Sabe aquela caixa que deixamos de lado, escondida até de nós mesmo por medo de revira-la e encontrar um mundo inteiro de recordações... Este foi o meu dia!
Não sei dizer ainda ao certo quais foram os motivos para que este fato ocorresse, mas ocorreu e da pior maneira. Minha caixa mantinha-se lá quieta, intocada, mas insistente como sou resolvi revirar e arrumar tudo que se encontrava ali.
Como já previa não foi uma das melhores ideias que já tive, entretanto não foi de imediato que a avalanche de emoções tomou conta de mim foi aos poucos, em doses homeopáticas. Acreditando que seu início indolor não resultaria em nada continuei a revirar os cacos que se encontrava a minha frente.
A cada antiga recordação encontrada parecia surgir em mim uma nova emoção, conheci de fato o que significava saudosismo e o que o mesmo é capaz de trazer consigo, revi algumas emoções que a muito não me recordava, mas vi também emoções que se transformaram não sendo o que outrora eram, mesmo assim com esta descoberta de novas e antigas emoções não estava preparada para o que encontrei lá no fundo, tão bem guardada que parecia se esconder das outras como um segredo a não ser revelado.
Antes mesmo de a ter em mãos me veio com toda força as lembranças que aquele pequeno pedaço ali representava, que neste instante não era como se fosse apenas uma parte reduzida daquilo que vivi, mas sim o que vivi por completo com todas as emoções tão latente e tão palpável foi assustador sentir este tipo de sentimento. Senti que voltei a ser aquela pessoa novamente que havia prometido a mim mesmo nunca mais ser.
Pra falar a verdade foi assustador por querer novamente ser aquela que havia deixado para trás, sei que prometi nunca mais voltar a ser quem fui, mas nessa tentativa não sei mais quem sou, me sinto seguindo um script já pré-formulado que não anda sobrando espaço para as velhas indagações.
Mas saiba de uma coisa não abra a gaveta ou a caixa lá já “esquecida” nunca estamos verdadeiramente prontos.