(Imagem Google)
Deslize Fatal
Deslize Fatal
E lá ia Lurdinha, morena fogosa, toda dengosa, descendo o morro, com suas sandálias de salto alto, prateadas, vestido florido, que deixava à mostra um par de belas pernas e decote ousado que mostrava a alma. Não era assim que sempre se vestia, mas aquele dia ela intuiu que seria especial, pelo menos pretendia que fosse. Na noite anterior tinha ido à uma cartomante da comunidade e as cartas revelaram que uma grande surpresa estava por vir...e ela sonhava com um grande amor.
Com um lindo sorriso nos lábios ia olhando para todos os lados, enquanto caminhava, graciosamente, para a casa da sua patroa, na iminência de encontrar o seu príncipe encantado pelo caminho. O dia passou, nada de novo aconteceu e Lurdinha, lá pelas seis da tarde, tomou o ônibus de volta para casa, decepcionada e decidida a tomar satisfações com a tal cartomante.
O ônibus estava lotado mas, milagrosamente, ela conseguiu um lugar vago na segunda fileira, na janelinha. O banco do corredor estava ocupado por Jurandir, um pedreiro, trabalhador honesto, simples, bom moço, de família, educado e tão gentil que levantou-se para que ela pudesse se acomodar no banco ao lado dele. Ela o achou bonito, simpático e dono de um sorriso encantador. Pensou: “será este o meu príncipe?”, mas ele nem se atreveu em puxar conversa com ela. Lurdinha resolveu, então, dar uma ajudinha à sua sorte e foi se encostando nele, de leve, mas provocante, e sempre que o veículo fazia uma curva, ela, sutilmente, se achegava mais nele, roçando seu corpo de forma sedutora.
Não deu outra, Jurandir não era de ferro e num ímpeto de loucura partiu para cima de Lurdinha, todo aceso, tentando beijá-la e acariciá-la. A reação da moça foi espernear e gritar por socorro e a confusão dentro do ônibus se instalou.
Inácio, o motorista, vendo aquele rebuliço, imaginou tratar-se de uma tentativa de estupro e, para solucionar o problema, travou as portas do veículo e seguiu, com todos os passageiros, para a delegacia de polícia.
O pobre moço foi carregado para dentro da delegacia, pelos passageiros da lotação, acompannhado do motorista e Lurdinha, que estava aos prantos. O boletim de ocorrência foi lavrado e todos foram liberados...menos Jurandir, que foi levado, para passar aquela noite, numa cela lotada de criminosos.
Lurdinha voltou com o pessoal para o ônibus e seguiu para casa, ainda chorando, arrependida pelo seu deslize. E lá foi ela subindo o morro, agora descalça, com suas sandálias de salto alto, prateadas, uma em cada mão.
Jurandir, o bom moço...ninguém nunca mais soube dele...
Com um lindo sorriso nos lábios ia olhando para todos os lados, enquanto caminhava, graciosamente, para a casa da sua patroa, na iminência de encontrar o seu príncipe encantado pelo caminho. O dia passou, nada de novo aconteceu e Lurdinha, lá pelas seis da tarde, tomou o ônibus de volta para casa, decepcionada e decidida a tomar satisfações com a tal cartomante.
O ônibus estava lotado mas, milagrosamente, ela conseguiu um lugar vago na segunda fileira, na janelinha. O banco do corredor estava ocupado por Jurandir, um pedreiro, trabalhador honesto, simples, bom moço, de família, educado e tão gentil que levantou-se para que ela pudesse se acomodar no banco ao lado dele. Ela o achou bonito, simpático e dono de um sorriso encantador. Pensou: “será este o meu príncipe?”, mas ele nem se atreveu em puxar conversa com ela. Lurdinha resolveu, então, dar uma ajudinha à sua sorte e foi se encostando nele, de leve, mas provocante, e sempre que o veículo fazia uma curva, ela, sutilmente, se achegava mais nele, roçando seu corpo de forma sedutora.
Não deu outra, Jurandir não era de ferro e num ímpeto de loucura partiu para cima de Lurdinha, todo aceso, tentando beijá-la e acariciá-la. A reação da moça foi espernear e gritar por socorro e a confusão dentro do ônibus se instalou.
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