Devaneios
Encurvo-me perante meu sofrimento, como uma rosa sem pétalas, como um sorriso ao perder alguém, meu ser se comove, ao grande breu do corredor de um cemitério.
Sou besta noturna, sou criatura,servo da deusa trevas, caindo nas profundezas das lágrimas, vivendo um motivo obscuro.
Sou noturno,sou um anjo caído, a vida já não tens graça,a solidão, a única que acompanha-me nesta longa caminhada com destino à perdição.
As lembranças que ficaram sobre o suor amargo, em minhas asas quebradas, o sorriso transformou-se em dor.
-Demônio!!!
Escuto alguém dizer, servo das trevas,criado por figuras insignificantes da vida.
Por corredores de um labirinto perco-me, corredores do inferno.
Uma visão...um túmulo...um sofrimento, o corpo, o sangue,sou eu,caído sobre as amarguras,caído sobre o que a alma teme, o inferno.
Agora já não posso glorificar, a boca cala-se, os olhos cegaram,ouço apenas o gemido de meu sofrimento,as portas abrem-se, os portões do cemitério fecham-se, eu perco-me, com espíritos que vagão em vão,sem destino, sem sentido.
Crio um universo que sempre quis, o mundo das trevas suga-me, um nome grito,mas quem há de ouvir?
As bruxas voam,por cima de nossas cabeças,o feto não gerado geme de dor, o sofrimento é o que nos resta.
Meu corpo,vertigem,oração,delírios,crepúsculo,visões ou realidades, o ser contra o sobrenatural,a invalidade de poder sonhar.
- Nightcrawler-