O PESO DA SUÁSTICA . 10
Não sei quanto tempo passa mas, sou acordada por Erna com pão com
queijo. Pego e devoro o que me dá e olho para ela em agradecimento. Sorriso e
ela corresponde acabando minha cabeça. Perco toda a noção de tempo ao dor
mir. Acordo com gritarias de russos estéricos gritando em alemão.
- Vamos logo, imundícies ! Para os caminhões !
Me levanto e sou empurrada por Freyja e Manuela. Gerda Mende me estende a
mão e eu subo no caminhão. E logo estamos saindo do local. E é noite e tudo é
uma penumbra só. Berlim está às escuras e poucas pessoas estão andando nas
ruas. Vejo que alguns militares ainda andam às estreitas. Sempre alertas e pron
tos a matarem. Até ouvimos alguns tiros e ouvimos gargalhadas de soldados.
E chegamos em um lugar que outrora foi um quartel de infantaria pois, vejo dois
fuzíis cruzados desenhados em um muro todo destroçado. Ainda se vê a suásti
ca embaixo do desenho. Um soldado descarrega sua arma no símbolo como que
quisesse nos dizer algo. E somos levadas para uma grande cela onde vejo uma
jovem de minha idade de cócoras que nos olha com olhar tristonho. Ao lado , ou
trás mulheres de pé encostadas na parede. No chão, apenas mantas que prova
velmente servem de cama .
- Novo lar ! - gritou um cabo soltando gargalhadas - comida só amanhã !
Nos espalhados pela cela e eu olho para a jovem loira de olhos azuis de cócoras
bem à minha frente pois, estou encostada na grade.
- Alguma Gerda Leuenberger por aqui ? - pergunto de pronto
- sou eu mesma ! - disse a jovem de cócoras de roupa da SS - Gerda Leuenberger
Göring ! ...algum problema ?
- Me disseram que ela tem um diário com meu nome .
- Não está mais comigo ! Pegaram ele !
- Achou onde ? - perguntou Marija do fundo da cela.
- Achei nos escombros de Berlim tem uns 10 dias !
- Nos trouxeram aqui por causa dele ! - falo vendo ela se levantar e abraçar Freyja
e Frieda. Ala e Gisela fecham um único abraço e elas parecem chorar. Olho para
Erna e me junto a ela que se senta se encostando na parede dos fundos .
- vamos ver o que nos aguarda amanhã. - disse Gerda Maria ao lado.
- Estou com fome ! - fala Lili quase chorando - queria comer !
- eu também! - disse Geertruida se abraçando a Ertha Traute - queria comer !
- Talvez comam ainda hoje ! - disse um tenente de baixa estatura se encostando
na grade - tudo vai depender de vocês !
- o que querem de nós ? - pergunta Catharina se levantando .
- tem uma mesa farta no grande salão e o que precisa ser feito é só tomarem um
banho e se entregarem e se sastifazerem com a farta comida !
- Eu aceito ! - disse Gerda Mende de um salto - tranquilamente !
- Eu também! - disse Erna se levantando e indo até a grade - se tem alguém con
tra que fique na cela!- e nos olha - estou com fome e quero comer !
Não vejo dúvida nenhuma em todas ali presente. Eu me levanto e todas se levan
tam lentamente. Todas parecem não mais se importar com o que terão que fazer.